Em Goiás, apenas 28,3% dos parlamentares eleitos são pretos ou pardos

Nas Eleições 2022, o estado de Goiás escolheu 60 representantes em quatro cargos diferentes. Neste ano, foram eleitos 41 deputados estaduais, 17 deputados federais, um senador e um governador. Dentro do número total, 17 se autodeclaram como pretos ou pardos, o correspondente a 28,3% dos parlamentares.

Pretos e pardos em Goiás

O levantamento do Diário do Estado tomou como base as autodeclarações de cada um dos candidatos eleitos por Goiás nos registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A autodeclaração racial é um mecanismo de identificação da identidade étnica, com realização da própria pessoa.

Tanto o governador quanto o senador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) e Wilder Morais (PL), respectivamente, são brancos. Quanto ao cargo de deputado federal, três dos 17 se autodeclararam como pardos: Silvye Alves (União Brasil), Professor Alcides (PL) e Jeferson Rodrigues (Republicanos). Portanto, 82,3% dos deputados federais eleitos no estado são brancos.

Para deputado estadual, a representatividade de pretos e pardos é um pouco maior, mas segue abaixo da metade. Quirino (Republicanos) e Cristiano Galindo (Solidariedade) são os únicos parlamentares eleitos por Goiás neste ano que se autodeclaram como pretos. A porcentagem de brancos é de 65,8%.

Virmondes Cruvinel (União Brasil), Lincoln Tejota (União Brasil), Charles Bento (MDB), Talles Barreto (União Brasil), Lineu Olimpio (MDB), Wilde Cambão (PSD), Thiago Albernaz (MDB), Anderson Teodoro (Avante), Coronel Adailton (PRTB), Alessandro Moreira (Progressistas), Júlio Pina (PRTB) e Rosângela Rezende (Agir) são os deputados estaduais que se autodeclaram como pardos.

Pela primeira vez na história, a disputa eleitoral no cenário goiano teve a maioria de candidatos negros. Vale ressaltar que Goiás apresentou 1.186 candidaturas em 2022 para os cargos de governador, vice, senador, deputado estadual e federal. Desses, 51,6% se autodeclararam como pretos ou pardos, totalizando 612 candidatos. Brancos eram 564, equivalente a 47,5%.

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Gabinete de transição ganha reforço com Simone Tebet e Kátia Abreu 

Duas semanas após as eleições, o grupo de trabalho responsável pela transição do governo para a posse Lula ganhará reforços. Na lista de integrantes do gabinete que devem ser nomeados estão a ex-presidenciável Simone Tebet, a filha do cantor Gilberto Gil, Bela Gil, e a ex-ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Os nomes foram anunciados pelo vice-presidente eleito e coordenador do trabalho, Geraldo Alckmin,  nesta segunda-feira. Ao todo são 31 grupos técnicos.

Gil e Tebet fazem parte do tópico Desenvolvimento Social e Combate a Fome, enquanto Abreu de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As áreas ainda sem nomes definidos são Infraestrutura, Minas e Energia, Previdência Social, Trabalho, Ciência, Tecnologia e Inovação, Desenvolvimento Agrário, Pesca e Turismo. (Veja abaixo todos os nomeados no gabinete de transição).

Na semana passada, a goiana Iêda Leal  foi incluída no grupo para cuidar do eixo e Igualdade Racial com outras seis pessoas, incluindo a ex-ministra da área na gestão de Dilma Rousseff, Nilma Gomes. As outras formações para discussão e planejamento são  Comunicação, Igualdade Racial, Direitos Humanos, Planejamento, Orçamento e Gestão, Indústria, Comércio, Serviços e Pequenas Empresas e Mulheres. 

Há 20 anos, uma lei federal garante acesso de uma equipe formada por 50  pessoas e de um coordenador a informações e dados de instituições públicas. A medida visa colaborar no planejamento de ações a partir da posse do presidente eleito. O trabalho está autorizado a  começar no segundo dia útil do anúncio do vencedor da eleição e deve ser finalizada até o décimo dia após a posse presidencial.

Confira a lista completa dos integrantes do gabinete de transição:

Economia

-Persio Arida, banqueiro, foi presidente do BNDES e do BC

-Guilherme Mello, economista, colaborou com o programa de Lula

-Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento de Dilma (PT)

-André Lara Resende, economista e um dos pais do Plano Real

Planejamento, Orçamento e Gestão

-Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento 

-Esther Dweck, professora da UFRJ

-Antônio Correia Lacerda, presidente do Conselho Federal de -Economia

-Enio Verri, deputado federal (PT-PR)

Comunicações

-Paulo Bernardo, ministro das Comunicações de Dilma

-Jorge Bittar, ex-deputado (PT)

-Cézar Alvarez, ex-secretário no Ministério das Comunicações

-Alessandra Orofino, especialista em economia e direitos humanos

Indústria, Comércio e Serviços

-Luciano Coutinho, ex-presidente do BNDES sob Lula e sob Dilma (2007-2016)

-Germano Rigotto, ex-governador do RS (MDB)

-Jackson Schneider, executivo da Embraer e ex-presidente da Anfavea

-Rafael Lucchesi, Senai Nacional

-Marcelo Ramos, deputado federal (PSD-AM)

Micro e Pequenas Empresas

-Tatiana Conceição Valente, especialista em economia solidária

-Paulo Okamotto, ex-presidente do Sebrae

-André Ceciliano, candidato derrotado ao Senado pelo PT no Rio

-Paulo Feldmann, professor da USP

Desenvolvimento Social e Combate à fome

-Simone Tebet, senadora (MDB)

-André Quintão, deputado estadual (PT-MG), sociólogo e assistente social

-Márcia Lopes, ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Lula

-Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff

-Bela Gil, apresentadora

Agricultura, Pecuária e Abastecimento

-Carlos Fávaro, senador (PSD-MT)

-Kátia Abreu, senadora (Progressistas-TO)

-Carlos Ernesto Augustin, empresário

-Neri Geller, deputado (PP-MT)

Cidades

-Márcio França, ex-governador de São Paulo (PSB)

-João Campos, prefeito do Recife (PSB)

Desenvolvimento Regional

-Randolfe Rodrigues, senador (Rede-AP)

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