Quem deve crescer mais em Goiás no segundo turno, Lula ou Bolsonaro?

Quem deve crescer mais em Goiás no segundo turno, Lula ou Bolsonaro?

Na disputa do primeiro turno pela presidência da República, o estado de Goiás se polarizou entre dois candidatos, assim como o restante do Brasil. Apesar de, no País como um todo, Lula (PT) ter conquistado mais votos no pleito, em solo goiano quem terminou à frente foi Bolsonaro (PL). Com isso em mente, tal cenário tende a permanecer o mesmo no segundo turno das Eleições 2022?

Vantagem de Bolsonaro em Goiás

Somando os votos de todo o Brasil, Lula terminou o primeiro turno com 48,43% dos votos válidos, contra 43,20% de Bolsonaro. Em Goiás, no entanto, houve uma boa vantagem do atual presidente: 52,16% contra 39,51%. Portanto, considerando apenas o estado de Goiás, Bolsonaro teria sido reeleito sem a necessidade de um segundo turno.

Para o doutor em ciências sociais Pedro Araújo Pietrafesa, com formação na Universidade de Brasília (UnB), Bolsonaro pode aumentar ainda mais a sua vantagem em Goiás. Isso porque uma parte considerável dos eleitores que votaram em outros candidatos são de direita, mas optaram por não escolher Bolsonaro no primeiro turno devido às diferentes opções.

“Há uma proximidade entre onde a Simone Tebet teve um número de votos, por exemplo aqui no Centro-Oeste, com os votos do Bolsonaro. Houve uma correlação positiva. Acredito que a maioria dos votos migre para o Bolsonaro. Pegando o âmbito nacional, a expectativa é de que uma boa parte desses votos ainda vá para o Lula, mas pode ser que aqui no Centro-Oeste eles migrem para o Bolsonaro e ele tenha um pequeno aumento de vantagem em Goiás”, opina Pedro Araújo.

Uma opinião divergente

O professor e consultor em marketing político Marcos Marinho diverge. Ele acredita que Bolsonaro vai sim manter a dianteira porque o estado de Goiás permanece conservador. No entanto, há a possibilidade de Lula aumentar os seus votos no segundo turno.

“Penso que a tendência agora é que o Lula cresça um pouco aqui no estado. O Bolsonaro já teve uma vantagem bem alargada, então imagino que boa parte do pessoal daqui que votou na Simone tenha mais propensão a migrar para o Lula. O próprio eleitor do Ciro também, que não fez voto útil contra Bolsonaro na urna, pode migrar para o Lula”, afirma.

Vale ressaltar que o governador reeleito por Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), declarou publicamente o seu apoio a Bolsonaro. A votação do segundo turno acontecerá no dia 30 de outubro, e definirá quem governará o Brasil pelos próximos quatro anos.

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Gabinete de transição ganha reforço com Simone Tebet e Kátia Abreu 

Duas semanas após as eleições, o grupo de trabalho responsável pela transição do governo para a posse Lula ganhará reforços. Na lista de integrantes do gabinete que devem ser nomeados estão a ex-presidenciável Simone Tebet, a filha do cantor Gilberto Gil, Bela Gil, e a ex-ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Os nomes foram anunciados pelo vice-presidente eleito e coordenador do trabalho, Geraldo Alckmin,  nesta segunda-feira. Ao todo são 31 grupos técnicos.

Gil e Tebet fazem parte do tópico Desenvolvimento Social e Combate a Fome, enquanto Abreu de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As áreas ainda sem nomes definidos são Infraestrutura, Minas e Energia, Previdência Social, Trabalho, Ciência, Tecnologia e Inovação, Desenvolvimento Agrário, Pesca e Turismo. (Veja abaixo todos os nomeados no gabinete de transição).

Na semana passada, a goiana Iêda Leal  foi incluída no grupo para cuidar do eixo e Igualdade Racial com outras seis pessoas, incluindo a ex-ministra da área na gestão de Dilma Rousseff, Nilma Gomes. As outras formações para discussão e planejamento são  Comunicação, Igualdade Racial, Direitos Humanos, Planejamento, Orçamento e Gestão, Indústria, Comércio, Serviços e Pequenas Empresas e Mulheres. 

Há 20 anos, uma lei federal garante acesso de uma equipe formada por 50  pessoas e de um coordenador a informações e dados de instituições públicas. A medida visa colaborar no planejamento de ações a partir da posse do presidente eleito. O trabalho está autorizado a  começar no segundo dia útil do anúncio do vencedor da eleição e deve ser finalizada até o décimo dia após a posse presidencial.

Confira a lista completa dos integrantes do gabinete de transição:

Economia

-Persio Arida, banqueiro, foi presidente do BNDES e do BC

-Guilherme Mello, economista, colaborou com o programa de Lula

-Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento de Dilma (PT)

-André Lara Resende, economista e um dos pais do Plano Real

Planejamento, Orçamento e Gestão

-Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento 

-Esther Dweck, professora da UFRJ

-Antônio Correia Lacerda, presidente do Conselho Federal de -Economia

-Enio Verri, deputado federal (PT-PR)

Comunicações

-Paulo Bernardo, ministro das Comunicações de Dilma

-Jorge Bittar, ex-deputado (PT)

-Cézar Alvarez, ex-secretário no Ministério das Comunicações

-Alessandra Orofino, especialista em economia e direitos humanos

Indústria, Comércio e Serviços

-Luciano Coutinho, ex-presidente do BNDES sob Lula e sob Dilma (2007-2016)

-Germano Rigotto, ex-governador do RS (MDB)

-Jackson Schneider, executivo da Embraer e ex-presidente da Anfavea

-Rafael Lucchesi, Senai Nacional

-Marcelo Ramos, deputado federal (PSD-AM)

Micro e Pequenas Empresas

-Tatiana Conceição Valente, especialista em economia solidária

-Paulo Okamotto, ex-presidente do Sebrae

-André Ceciliano, candidato derrotado ao Senado pelo PT no Rio

-Paulo Feldmann, professor da USP

Desenvolvimento Social e Combate à fome

-Simone Tebet, senadora (MDB)

-André Quintão, deputado estadual (PT-MG), sociólogo e assistente social

-Márcia Lopes, ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Lula

-Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff

-Bela Gil, apresentadora

Agricultura, Pecuária e Abastecimento

-Carlos Fávaro, senador (PSD-MT)

-Kátia Abreu, senadora (Progressistas-TO)

-Carlos Ernesto Augustin, empresário

-Neri Geller, deputado (PP-MT)

Cidades

-Márcio França, ex-governador de São Paulo (PSB)

-João Campos, prefeito do Recife (PSB)

Desenvolvimento Regional

-Randolfe Rodrigues, senador (Rede-AP)

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