Os goianienses se depararam nos últimos dias com aumento no preço do litro do etanol nos postos de Goiânia. O reajuste chegou a R$ 0,10 sobre o menor valor cobrado na capital, comparado ao registro de uma semana atrás no aplicativo Economia Online, o EON, da Secretaria Estadual de Economia, consultado na tarde desta sexta-feira, 7. De R$ 2,89 saltou para R$ 2,99.
O presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação do Etanol do Estado de Goiás (Sifaeg), André Rocha, afirma que a demanda caiu e atribui as mudanças de preço às condições naturais. “Estamos em final de safra, sabemos que a colheita será menor, estamos tendo chuvas, algumas moagens estão parando e temos menos gente vendendo para as usinas nesta semana. Talvez na usina tenha subido R$ 0,02, mas no posto foi R$ 0,10. O preço na usina está bem abaixo do preço do ano passado mesmo com a alta de custos”, esclarece.
Ele pondera a avaliação baseada isoladamentu no menor preço. Para Rocha, o valor mais baixo pode estar relacionado a alguma promoção feita pelo dono do posto para “fazer caixa” e honrar compromissos como salário de funcionários e impostos. Ele acredita que o preço médio do litro do etanol reflete melhor a realidade.
A explicação seria o acréscimo no preço de venda da cana-de-açúcar no atacado, de acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado (Sindiposto) de Goiás, Márcio Andrade. “Temos notado que subiu nas usinas e nas distribuidoras. Isso pode repercutir na gasolina, que em 27% de sua composição de etanol”, diz.
O repasse para o consumidor do reajuste sobre a gasolina depende do dono do posto de combustível. Márcio lembra que os empresários têm liberdade para a fixação dos preços. Caso ocorra pode ser de R$ 0,02 por litro. Após uma sequência de quedas, a Petrobras não deve anunciar alterações no valor dos derivados do petróleo.
Em cotações feitas por entidades do setor, a diferença entre o preço internacional e o do mercado interno chega a R$ 0,69 no diesel e a R$ 0,22 na gasolina. De acordo com o presidente do Sindiposto, essa seria a margem de elevação de preços que a Petrobras poderia adotar. No entanto, a proximidade com as eleições do segundo turno pode adiar o anúncio de mais aumentos.
Estratégia
O barril do petróleo deve ficar mais caro em breve após redução da produção divulgada pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) formada por Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Irã, Iraque, Líbia, Kuwait, Nigéria, Argélia, Angola, Gabão, Congo, Guiné Equatorial e Venezuela. A ideia é elevar o preço, que caiu de US$ 120 para US$ 90 devido à recessão mundial causada pela pandemia, aumento das taxas de juros norte-americanas e elevação do dólar.