Justiça bloqueia bens dos irmãos Batista temporariamente
Valor bloqueado é de R$ 238 milhões.
A Justiça Federal em São Paulo autorizou a suspensão temporária do bloqueio de bens dos executivos Joesley e Wesley Batista, do grupo J&F, desde que apresentem um seguro-garantia igual ao valor bloqueado, que é de R$ 238 milhões. O juiz federal João Batista Gonçalves, da 6.ª Vara Criminal de São Paulo determinou o bloqueio no último dia 16.
Ao pedir o desbloqueio à Justiça, os advogados dos empresários assumiram o compromisso de apresentar o seguro-garantia e de que os irmãos comparecerão a todos os atos processuais em que for necessária sua presença, mesmo que sem intimação, para prestar esclarecimentos ou apresentar documentos.
Na decisão, o juiz ressalta ainda que a prisão preventiva deve ser mantida “como única e idônea medida para assegurar a aplicação da lei penal, à conveniência da instrução criminal e à garantia da ordem pública e econômica”.
A defesa tem dez dias para apresentar documentos que comprovem o seguro.
Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”
Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento.
“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.
Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.
Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.
O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.
Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.