Países ricos se reúnem para tentar conter guerra da Ucrânia após retaliação da Rússia à explosão

Uma reunião de urgência entre os líderes dos sete países mais ricos do mundo será realizada nesta terça-feira, 11, para discutir a situação da guerra da Ucrânia. O cenário ficou tenso após retaliação da Rússia à explosão de um caminhão ucraniano em uma ponte estratégica para o país de Vladimir Putin, que liga o território à Crimeia. 

Diversos ataques contra civis no distrito de Shevchenskivskyi, no centro da capital Kiev foram confirmados pelo governo russo na manhã desta segunda-feira, 10. Por meio de um comunicado, Putin afirmou que foi uma resposta ao que chamou de ato de terrorismo. 

“Esse é só o primeiro episódio. Outros seguirão”, destacou o ex-presidente Dmitry Medvedev em tom ameaçador sinalizando a possibilidade de mais ataques contra o povo ucraniano.  

Parte do grupo, que excluiu o Kremlin do G7, considera que se trata de crime de guerra por envolver civis. Eles anteciparam o encontro de Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido e União Europeia que seria em novembro.

Tropas terrestres da Rússia estão em direção à cidade ucraniana de Bakhmut. Um confronto deve ocorrer em breve. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, chegou a confirmar neste fim de semana que militares já estavam na região. A estratégia russo é avançar no domínio do território inimigo para conquistar totalmente às cidades de Sloviansk e Kramatorsk. Até o momento, explosões na região causaram oito mortes e 24 pessoas ficaram feridas. 

Gatilho

Um vídeo com mensagem irônica postado no Facebook pelo chefe do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, Oleksiy Danilov, celebrou o desmoronamento da ponte, considerada a única ligação por terra entre os territórios russo e ucraniano. Nas imagens, a tela está dividida com a estrutura em chamas e com a atriz Marilyn Monroe surge cantando “Feliz Aniversário, senhor Presidente” em alusão ao aniversário de 70 anos de Putin.

Em 24 de fevereiro de 2022, a Rússia lançou uma invasão militar em larga escala contra a Ucrânia dando sequência ao embate iniciado oito anos antes. O presidente Vladimir Putin tem uma série de demandas não atendidas pela Ucrânia, como a não adesão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), proteção da língua russa e reconhecimento de áreas separatistas e da Crimeia.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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