Acusado de crimes sexuais, Thiago Brennand é preso pela Interpol em Dubai

Empresário que agrediu modelo em academia é preso pela Interpol em Dubai

O empresário Thiago Brennand, 42 anos, foi preso pela Interpol em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Ele era considerado foragido após enfrentar uma série de acusações de crimes sexuais e de agressão no Brasil. O anúncio foi feito pela Polícia Civil de São Paulo nesta quinta-feira, 13. 

Ele viajou para Dubai no dia 4 de setembro e a expectativa era a de que ele retornasse no dia 18 de outubro. A Justiça havia decretado a prisão de Brennand por ele não ter entregado o passaporte até 23 de setembro. Segundo a delegada responsável pelo caso, a PF cuidará da vinda do empresário ao Brasil.

“Ainda estamos falando com a PF para saber como será esse trâmite, já que o procurado foi detido em outro país”, falou Ivalda.

Ele embarcou no avião antes que a Justiça aceitasse a denúncia do Ministério Público e torná-lo réu pelos crimes.

Agressões e acusações 

As denúncias contra Tiago começaram a surgir após ele agredir a modelo Helena Gomes em uma academia de luxo em São Paulo, em agosto deste ano. O vídeo das agressões foi revelado pelo Fantástico e, logo depois, novas denúncias de estupro, cárcere privado e ameaças contra outras mulheres vieram à tona. 

Brennand também enviou e-mails com intimidações para uma promotora e obrigou mulheres a tatuar as iniciais do nome dele, ‘’TFV’’. Além disso, ele foi denunciado por lesões corporais e tem uma medida protetiva da própria família. A Promotoria também o acusou de incentivar o filho, de 18 anos, a ofender uma mulher, de 37. 

Agressão contra modelo

O crime aconteceu na noite do dia 3 de agosto. Segundo a vítima Helena Gomes, Thiago estava se incomodando com a presença dela na academia, mesmo com o local estando vazio. Ele iniciou uma discussão verbal com a modelo.

“Ele estava alterado, rodeando muito, Falou para eu sair de lá. Eu falei ‘Eu não saio’, ele falou de novo ‘sai’, eu falei ‘não saio’, eu falei mais alto e ele falou que mulher não gritava com ele”, afirmou a modelo. 

No vídeo gravado por câmeras de segurança, é possível ver Brennand dar um empurrão na vítima. “Eu fui para cima também, ele falou: ‘Eu vou cuspir em você, porque você merece’. E cuspiu em mim”, disse ela.

No boletim de ocorrência registrado na polícia, testemunhas confirmaram a agressão relatada pela vítima. Duas mulheres afirmaram ainda que Thiago Brennand passou a persegui-las e ameaçá-las após elas rejeitarem investidas dele.

Confira o momento das agressões:

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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