Major Vitor Hugo critica pesquisas e reforça confiança na vitória de Bolsonaro

Major Vitor Hugo Eleições 2022

O deputado federal Major Vitor Hugo (PL) conversou com o Diário do Estado (DE) a respeito das eleições 2022. O político, que disputou o governo de Goiás e terminou em terceiro lugar este ano, bateu na tecla de erros nas pesquisas, demonstrando plena confiança na reeleição de Jair Bolsonaro (PL). Ele também fez um balanço do desempenho do Partido Liberal no estado.

A campanha de Major Vitor Hugo

Na corrida eleitoral entre os candidatos a governador de Goiás, Major Vitor Hugo teve 516.579 votos e ficou em 3º lugar, com 14,81% do número total. Ele terminou atrás de Gustavo Mendanha (Patriota), com 879.031 votos (25,20%), e o reeleito Ronaldo Caiado (União Brasil), com 1.806.892 votos (51,81%).

Apesar de não ter conseguido vencer a disputa, Major Vitor Hugo agradeceu aos eleitores e acredita que a campanha foi vitoriosa, por conta das vitórias expressivas em outros cargos.

Nós, o PL no Estado de Goiás, tínhamos uma deputada federal apenas. Nós temos agora quatro deputados federais, três deputados estaduais e um senador. O PL hoje é o maior partido do Estado de Goiás, o partido que tem maior representação no Congresso Nacional e muito bem representado na Assembleia Legislativa. Então, o saldo foi muito positivo”, avalia.

Segundo ele, a principal culpa da derrota para governador foi por conta das pesquisas. De acordo com o ex-candidato, houve uma influência da pesquisa Ipec anterior ao dia do pleito, no dia 1º de outubro. Naquele levamento, Major Vitor Hugo tinha 9%, contra 29% de Mendanha e 56% de Caiado. Os dois últimos acabaram ficando com uma porcentagem menor, enquanto o membro do PL cresceu.

“Pesquisas como essa mudam muito o cenário, mas eu acho que a campanha foi muito boa. Nós conseguimos defender o presidente Bolsonaro, colocamos na televisão, no rádio. Nos nossos produtos impressos, colocamos o presidente o tempo inteiro, defendemos o legado do presidente nos debates, nas entrevistas. Isso contribuiu também para a vitória do presidente em Goiás”, declara.

O deputado federal conclui dizendo que o resultado destas Eleições é uma semente que foi plantada e vai reverberar nos próximos anos.

Mais críticas contra as pesquisas

Para o Major Vitor Hugo, as pesquisas não afetaram apenas a si próprio nestas Eleições, mas também outros membros do seu partido, como o próprio Bolsonaro. O deputado federal de Goiás conta que foi um dos primeiros a assinar a criação da CPI das pesquisas eleitorais, para investigar possíveis irregularidades.

Por outro lado, ele cita a pesquisa Veritá, na qual Bolsonaro aparece com 51,2% dos votos válidos, contra 48,8% de Lula (PT). Esse mesmo instituto apontou, nas Eleições 2014, que Aécio Neves venceria Dilma Rousseff por 53,2% a 46,8%. Na realidade, Dilma acabou ganhando por 51,64% a 48,36%. A margem de erro era de 1,4 ponto percentual.

“Já pesquisa que coloca o presidente (Bolsonaro) à frente, e aquelas pesquisas de sempre, da Datafolha, Ipec, que vão contra o presidente. Isso, lógico, teve um grande impacto no resultado do primeiro turno, e que agora, eu imagino, as pessoas estão muito mais atentas ao resultado do último debate”, comenta Major Vitor Hugo.

Avaliação sobre o debate entre Lula e Bolsonaro

Para o Major Vitor Hugo, Bolsonaro venceu o debate da Band com folga, o que é muito claro internamente no partido. Por esse motivo, o ex-candidato ao governo de Goiás afirmou que Lula se acovardou para o próximo debate, que seria no próximo final de semana, no SBT.

No entanto, a campanha de Lula já admitia a possibilidade do petista não participar do programa no SBT antes mesmo da realização do debate na Band. A justificativa era de que Lula se concentraria em caminhadas e entrevistas direcionadas, chegando até a propor uma sabatina no próprio SBT como forma de “compensação”.

De qualquer forma, Lula e Bolsonaro voltarão a se encontrar no debate da Globo, em 28 de outubro, dois dias antes da votação do segundo turno.

Confiança total no segundo turno

Como o Major Vitor Hugo não conseguiu se eleger para governador, o foco total está em auxiliar na reeleição de Bolsonaro. O deputado federal se mostrou bastante confiante na remontada do candidato de seu partido. “Eu tenho no meu sentimento que o jogo já virou”, analisa. O político também acrescenta que aposta nos votos dos indecisos para angariar o número necessário a fim de vencer Lula.

No primeiro turno das Eleições de 2022, Lula terminou a apuração nacional com 48,43% dos votos, à frente de Bolsonaro, com 43,20%. Foram mais de seis milhões de votos de diferença. No cenário do segundo turno, de acordo com as principais pesquisas desta semana, o petista continua sustentando uma leve vantagem em relação ao atual presidente.

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Gabinete de transição ganha reforço com Simone Tebet e Kátia Abreu 

Duas semanas após as eleições, o grupo de trabalho responsável pela transição do governo para a posse Lula ganhará reforços. Na lista de integrantes do gabinete que devem ser nomeados estão a ex-presidenciável Simone Tebet, a filha do cantor Gilberto Gil, Bela Gil, e a ex-ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Os nomes foram anunciados pelo vice-presidente eleito e coordenador do trabalho, Geraldo Alckmin,  nesta segunda-feira. Ao todo são 31 grupos técnicos.

Gil e Tebet fazem parte do tópico Desenvolvimento Social e Combate a Fome, enquanto Abreu de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As áreas ainda sem nomes definidos são Infraestrutura, Minas e Energia, Previdência Social, Trabalho, Ciência, Tecnologia e Inovação, Desenvolvimento Agrário, Pesca e Turismo. (Veja abaixo todos os nomeados no gabinete de transição).

Na semana passada, a goiana Iêda Leal  foi incluída no grupo para cuidar do eixo e Igualdade Racial com outras seis pessoas, incluindo a ex-ministra da área na gestão de Dilma Rousseff, Nilma Gomes. As outras formações para discussão e planejamento são  Comunicação, Igualdade Racial, Direitos Humanos, Planejamento, Orçamento e Gestão, Indústria, Comércio, Serviços e Pequenas Empresas e Mulheres. 

Há 20 anos, uma lei federal garante acesso de uma equipe formada por 50  pessoas e de um coordenador a informações e dados de instituições públicas. A medida visa colaborar no planejamento de ações a partir da posse do presidente eleito. O trabalho está autorizado a  começar no segundo dia útil do anúncio do vencedor da eleição e deve ser finalizada até o décimo dia após a posse presidencial.

Confira a lista completa dos integrantes do gabinete de transição:

Economia

-Persio Arida, banqueiro, foi presidente do BNDES e do BC

-Guilherme Mello, economista, colaborou com o programa de Lula

-Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento de Dilma (PT)

-André Lara Resende, economista e um dos pais do Plano Real

Planejamento, Orçamento e Gestão

-Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento 

-Esther Dweck, professora da UFRJ

-Antônio Correia Lacerda, presidente do Conselho Federal de -Economia

-Enio Verri, deputado federal (PT-PR)

Comunicações

-Paulo Bernardo, ministro das Comunicações de Dilma

-Jorge Bittar, ex-deputado (PT)

-Cézar Alvarez, ex-secretário no Ministério das Comunicações

-Alessandra Orofino, especialista em economia e direitos humanos

Indústria, Comércio e Serviços

-Luciano Coutinho, ex-presidente do BNDES sob Lula e sob Dilma (2007-2016)

-Germano Rigotto, ex-governador do RS (MDB)

-Jackson Schneider, executivo da Embraer e ex-presidente da Anfavea

-Rafael Lucchesi, Senai Nacional

-Marcelo Ramos, deputado federal (PSD-AM)

Micro e Pequenas Empresas

-Tatiana Conceição Valente, especialista em economia solidária

-Paulo Okamotto, ex-presidente do Sebrae

-André Ceciliano, candidato derrotado ao Senado pelo PT no Rio

-Paulo Feldmann, professor da USP

Desenvolvimento Social e Combate à fome

-Simone Tebet, senadora (MDB)

-André Quintão, deputado estadual (PT-MG), sociólogo e assistente social

-Márcia Lopes, ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Lula

-Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff

-Bela Gil, apresentadora

Agricultura, Pecuária e Abastecimento

-Carlos Fávaro, senador (PSD-MT)

-Kátia Abreu, senadora (Progressistas-TO)

-Carlos Ernesto Augustin, empresário

-Neri Geller, deputado (PP-MT)

Cidades

-Márcio França, ex-governador de São Paulo (PSB)

-João Campos, prefeito do Recife (PSB)

Desenvolvimento Regional

-Randolfe Rodrigues, senador (Rede-AP)

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