Vídeo: Entenda o caso Roberto Jefferson, bolsonarista que atacou policiais; assessor agride cinegrafista

Roberto Jefferson Bolsonaro

No último domingo, 23, o ex-deputado federal Roberto Jefferson resistiu à prisão e disparou contra agentes da Polícia Federal (PF), ferindo dois no processo. Horas depois, na madrugada desta segunda-feira, 24, ele se entregou e recebeu encaminhamento à prisão. Saiba todos os detalhes sobre o caso a seguir.

A linha do tempo dos ataques

Roberto Jefferson, que é apoiador declarado de Jair Bolsonaro (PL), resistiu à prisão de forma violenta. Após perceber que agentes da PF estavam à porta, o ex-parlamentar abriu fogo e os estilhaços feriram uma policial no rosto e na coxa, fazendo com que ela perdesse os sentidos. Um outro policial também sofreu ferimentos na cabeça.

De acordo com Roberto Jefferson, a intenção jamais foi machucar os policiais, mas sim demonstrar a sua discordância com a decisão de prendê-lo. No total, o político disparou mais de 50 vezes e ainda lançou três granadas de efeito moral.

Depois de algumas horas de negociação, os policiais amigavelmente entraram na casa de Roberto Jefferson a fim de convencê-lo a sair de lá. Os agentes o levaram até o presídio de Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro. Após a audiência de custódia, houve o encaminhamento do ex-deputado até o presídio Pedrolino Werling de Oliveira, ou Bangu 8, no Complexo de Gericinó.

Externamente, o caso Roberto Jefferson vem repercutindo. O assessor Diogo Lincoln Resende, defensor do presidente de honra do PTB, agrediu um cinegrafista que gravava a situação envolvendo o ex-parlamentar. A investigação de lesão corporal está em curso.

Quanto aos candidatos à presidência, Bolsonaro chamou Roberto Jefferson de bandido e disse que não tinha fotos com ele. Posteriormente, voltou atrás e declarou que não tinha fotos recentes com ele. No entanto, há um registro de maio deste ano envolvendo os dois. Bolsonaro explicou, falando que não se tratava de período de campanha. Lula (PT), por sua vez, também se manifestou nas redes sociais.

Quem é Roberto Jefferson?

Roberto Jefferson iniciou sua carreira como apresentador na televisão e foi deputado federal por seis mandatos, antes de sofrer a cassação em 2005. Isso aconteceu em decorrência dos crimes do mensalão, sendo que a pena do ex-parlamentar foi reduzida por ser a primeira pessoa a denunciar os casos de corrupção, dos quais também participou.

Neste ano, Roberto Jefferson tentou a candidatura à presidência da República pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), em que o político é presidente de honra. No entanto, houve o indeferimento e seu candidato à vice-presidência, Padre Kelmon, assumiu o posto.

Sob investigação no inquérito que apura atividades de uma organização criminosa que teria agido para atentar contra o Estado Democrático de Direito, Roberto Jefferson estava cumprindo prisão domiciliar. As condições atreladas a esse benefício diziam que o ex-parlamentar não poderia se manifestar nas redes sociais.

Porém, ele tratou de aparecer diversas vezes, inclusive proferindo ofensas contra Carmen Lúcia, ministra do Supremo Tribunal Federal (STF). Assim, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, determinou que Roberto Jefferson retornasse à cadeia.

Os crimes foram de descumprimento de medidas cautelares, calúnia, difamação e injúria, e atentado contra a democracia. Agora, ele deve receber a acusação de dupla tentativa de homicídio.

Confira o vídeo da agressão de assessor contra cinegrafista que registrava o caso Roberto Jefferson:

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Gabinete de transição ganha reforço com Simone Tebet e Kátia Abreu 

Duas semanas após as eleições, o grupo de trabalho responsável pela transição do governo para a posse Lula ganhará reforços. Na lista de integrantes do gabinete que devem ser nomeados estão a ex-presidenciável Simone Tebet, a filha do cantor Gilberto Gil, Bela Gil, e a ex-ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Os nomes foram anunciados pelo vice-presidente eleito e coordenador do trabalho, Geraldo Alckmin,  nesta segunda-feira. Ao todo são 31 grupos técnicos.

Gil e Tebet fazem parte do tópico Desenvolvimento Social e Combate a Fome, enquanto Abreu de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As áreas ainda sem nomes definidos são Infraestrutura, Minas e Energia, Previdência Social, Trabalho, Ciência, Tecnologia e Inovação, Desenvolvimento Agrário, Pesca e Turismo. (Veja abaixo todos os nomeados no gabinete de transição).

Na semana passada, a goiana Iêda Leal  foi incluída no grupo para cuidar do eixo e Igualdade Racial com outras seis pessoas, incluindo a ex-ministra da área na gestão de Dilma Rousseff, Nilma Gomes. As outras formações para discussão e planejamento são  Comunicação, Igualdade Racial, Direitos Humanos, Planejamento, Orçamento e Gestão, Indústria, Comércio, Serviços e Pequenas Empresas e Mulheres. 

Há 20 anos, uma lei federal garante acesso de uma equipe formada por 50  pessoas e de um coordenador a informações e dados de instituições públicas. A medida visa colaborar no planejamento de ações a partir da posse do presidente eleito. O trabalho está autorizado a  começar no segundo dia útil do anúncio do vencedor da eleição e deve ser finalizada até o décimo dia após a posse presidencial.

Confira a lista completa dos integrantes do gabinete de transição:

Economia

-Persio Arida, banqueiro, foi presidente do BNDES e do BC

-Guilherme Mello, economista, colaborou com o programa de Lula

-Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento de Dilma (PT)

-André Lara Resende, economista e um dos pais do Plano Real

Planejamento, Orçamento e Gestão

-Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento 

-Esther Dweck, professora da UFRJ

-Antônio Correia Lacerda, presidente do Conselho Federal de -Economia

-Enio Verri, deputado federal (PT-PR)

Comunicações

-Paulo Bernardo, ministro das Comunicações de Dilma

-Jorge Bittar, ex-deputado (PT)

-Cézar Alvarez, ex-secretário no Ministério das Comunicações

-Alessandra Orofino, especialista em economia e direitos humanos

Indústria, Comércio e Serviços

-Luciano Coutinho, ex-presidente do BNDES sob Lula e sob Dilma (2007-2016)

-Germano Rigotto, ex-governador do RS (MDB)

-Jackson Schneider, executivo da Embraer e ex-presidente da Anfavea

-Rafael Lucchesi, Senai Nacional

-Marcelo Ramos, deputado federal (PSD-AM)

Micro e Pequenas Empresas

-Tatiana Conceição Valente, especialista em economia solidária

-Paulo Okamotto, ex-presidente do Sebrae

-André Ceciliano, candidato derrotado ao Senado pelo PT no Rio

-Paulo Feldmann, professor da USP

Desenvolvimento Social e Combate à fome

-Simone Tebet, senadora (MDB)

-André Quintão, deputado estadual (PT-MG), sociólogo e assistente social

-Márcia Lopes, ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Lula

-Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff

-Bela Gil, apresentadora

Agricultura, Pecuária e Abastecimento

-Carlos Fávaro, senador (PSD-MT)

-Kátia Abreu, senadora (Progressistas-TO)

-Carlos Ernesto Augustin, empresário

-Neri Geller, deputado (PP-MT)

Cidades

-Márcio França, ex-governador de São Paulo (PSB)

-João Campos, prefeito do Recife (PSB)

Desenvolvimento Regional

-Randolfe Rodrigues, senador (Rede-AP)

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