Apesar de associado ao bolsonarismo, os empresários do agronegócio não são unânimes na reeleição do atual presidente da República. Integrantes do setor e políticos se reuniram em Goiânia para expor apoio a Lula (PT) e criticar a política voltada para a área nos últimos quatro anos. Eles defendem que o governo petista foi crucial para a expansão do segmento que mais gera recursos para Goiás.
“Foi quando o agro virou referência mundial. E o Centro-Oeste é estrela do agro nacional. Agro e democracia são parentes e esse governo atual não tem compromisso, tenciona o tempo todo a democracia”, disse o empresário referência na área sucroenergética nacional, Jalles Fontoura, ao relembrar o governo PT.
O evento chamado “Agro pela Democracia” teve a presença de grandes nomes, como o do produtor rural de Nerópolis, Rodrigo Zani, e do agropecuarista de Rio Verde, Flávio Faedo. Também participaram os ex-ministros da Agricultura no governo Dilma, Kátia Abreu e Neri Geller, o ex-governador José Éliton e a deputada federal eleita, Adriana Accorsi.
Cerca de 200 produtores rurais do estado já aderiram ao movimento. Um comitê foi instalado no setor Sul, na capital, onde redigiram uma carta em defesa da democracia. Em um vídeo divulgado há cerca de duas semanas, Jalles, que é líder do movimento lulista no agronegócio, esclareceu que encabeça uma campanha pela sustentabilidade do setor. “O próprio sistema de mercado e o agronegócio sabem que também não há garantias nesse governo atual”, pontuou.
Nas eleições do primeiro turno, Bolsonaro (PL) teve 52,16% dos votos válidos contra 39,51% de Lula (PT) em Goiás. A maioria dos votos das cidades com relevância econômica no estado e as quatro com maior número de eleitores desse grupo em Goiás (Caldas Novas, Jataí, Rio Verde e Luziânia) preferiram o atual presidente. No entanto, a diferença nas urnas entre os dois candidatos foi inferior a mil votos em 13 dos 29 municípios em que o filiado ao PL venceu.