Pobreza em Goiás aumenta mais de 50% durante o governo Bolsonaro

No governo Bolsonaro, pobreza em Goiás aumenta mais de 50%

O Cadastro Único (CadÚnico) é um sistema do Governo Federal que monitora as pessoas que se beneficiam de programas sociais no Brasil. Pegando o recorte do governo Bolsonaro, o número de usuários em Goiás saltou de 787.450, em janeiro de 2019, para 1.189.339, em agosto de 2022.

A pobreza entre governos em Goiás

Como base de comparação, vamos trazer os dados familiares do CadÚnico a partir de agosto de 2012, os mais antigos presentes no site oficial. Naquele mês em questão, 711.627 pessoas possuíam cadastro no serviço em Goiás. Vale ressaltar que, naquele momento, o País estava sob o governo de Dilma Rousseff.

Ao longo de seus mandatos, até abril de 2016, quando foi afastada e Temer assumiu inteirinamente, os números do CadÚnico em Goiás oscilaram bastante. O pico aconteceu em fevereiro de 2015, quando 889.130 estavam em situação de pobreza no estado. O índice mais baixo foi justamente em agosto de 2012, quando haviam 711.627 goianos cadastrados.

Quando Michel Temer assumiu de forma definitiva a presidência da República, em setembro de 2016, o índice continuou crescendo até que começou a oscilar, assim como no governo de sua antecessora. Durante o governo Bolsonaro, a história passou a ser outra.

Em janeiro de 2019, 787.450 famílias de Goiás estavam em situação de pobreza. Os números continuaram subindo até agosto, quando alcançaram 837.720 cadastrados no CadÚnico. Então, houve uma queda abrupta, antes de um novo crescimento e situação de oscilação.

Durante os principais períodos da pandemia da Covid-19, o índice se manteve relativamente estável até novembro de 2020, com 822.343 pessoas em cenário de pobreza. Dali para frente, a quantidade começou a subir e não parou mais, nem depois da retomada da economia e da ampla vacinação no País.

O pico de cadastros no CadÚnico alcançou o ápice justamente em agosto de 2022, com 1.189.339. Portanto, desde o início do governo Bolsonaro, houve um aumento de 51,03% no cálculo de pobreza no estado de Goiás em relação ao primeiro mês de mandato do atual presidente.

gráfico CadÚnico Goiás
O gráfico oficial do CadÚnico em Goiás (Foto: Governo Federal)

Outros dados do CadÚnico

Entre as 1.180.339 pessoas com cadastro ativo do CadÚnico em Goiás, 377.114 (32%) vivem em extrema pobreza, com 180.050 (15%) em situação de pobreza. Ainda, são 313.310 (26%) famílias de baixa renda. A situação é pior entre crianças e adolescentes de 7 a 15 anos, que compõem um total de 409.394 pessoas (19,4%).

Um dos programas sociais que o governo do estado promove para evitar o crescimento deste gráfico é o Mães de Goiás. O serviço assiste cerca de cem mil famílias com um cartão de R$ 250 por mês para mães com filhos de até seis anos de idade e em situação de vulnerabilidade, a serem utilizados na compra de mantimentos e remédios em estabelecimentos cadastrados nas cidades goianas.

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Gabinete de transição ganha reforço com Simone Tebet e Kátia Abreu 

Duas semanas após as eleições, o grupo de trabalho responsável pela transição do governo para a posse Lula ganhará reforços. Na lista de integrantes do gabinete que devem ser nomeados estão a ex-presidenciável Simone Tebet, a filha do cantor Gilberto Gil, Bela Gil, e a ex-ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Os nomes foram anunciados pelo vice-presidente eleito e coordenador do trabalho, Geraldo Alckmin,  nesta segunda-feira. Ao todo são 31 grupos técnicos.

Gil e Tebet fazem parte do tópico Desenvolvimento Social e Combate a Fome, enquanto Abreu de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. As áreas ainda sem nomes definidos são Infraestrutura, Minas e Energia, Previdência Social, Trabalho, Ciência, Tecnologia e Inovação, Desenvolvimento Agrário, Pesca e Turismo. (Veja abaixo todos os nomeados no gabinete de transição).

Na semana passada, a goiana Iêda Leal  foi incluída no grupo para cuidar do eixo e Igualdade Racial com outras seis pessoas, incluindo a ex-ministra da área na gestão de Dilma Rousseff, Nilma Gomes. As outras formações para discussão e planejamento são  Comunicação, Igualdade Racial, Direitos Humanos, Planejamento, Orçamento e Gestão, Indústria, Comércio, Serviços e Pequenas Empresas e Mulheres. 

Há 20 anos, uma lei federal garante acesso de uma equipe formada por 50  pessoas e de um coordenador a informações e dados de instituições públicas. A medida visa colaborar no planejamento de ações a partir da posse do presidente eleito. O trabalho está autorizado a  começar no segundo dia útil do anúncio do vencedor da eleição e deve ser finalizada até o décimo dia após a posse presidencial.

Confira a lista completa dos integrantes do gabinete de transição:

Economia

-Persio Arida, banqueiro, foi presidente do BNDES e do BC

-Guilherme Mello, economista, colaborou com o programa de Lula

-Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento de Dilma (PT)

-André Lara Resende, economista e um dos pais do Plano Real

Planejamento, Orçamento e Gestão

-Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento 

-Esther Dweck, professora da UFRJ

-Antônio Correia Lacerda, presidente do Conselho Federal de -Economia

-Enio Verri, deputado federal (PT-PR)

Comunicações

-Paulo Bernardo, ministro das Comunicações de Dilma

-Jorge Bittar, ex-deputado (PT)

-Cézar Alvarez, ex-secretário no Ministério das Comunicações

-Alessandra Orofino, especialista em economia e direitos humanos

Indústria, Comércio e Serviços

-Luciano Coutinho, ex-presidente do BNDES sob Lula e sob Dilma (2007-2016)

-Germano Rigotto, ex-governador do RS (MDB)

-Jackson Schneider, executivo da Embraer e ex-presidente da Anfavea

-Rafael Lucchesi, Senai Nacional

-Marcelo Ramos, deputado federal (PSD-AM)

Micro e Pequenas Empresas

-Tatiana Conceição Valente, especialista em economia solidária

-Paulo Okamotto, ex-presidente do Sebrae

-André Ceciliano, candidato derrotado ao Senado pelo PT no Rio

-Paulo Feldmann, professor da USP

Desenvolvimento Social e Combate à fome

-Simone Tebet, senadora (MDB)

-André Quintão, deputado estadual (PT-MG), sociólogo e assistente social

-Márcia Lopes, ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Lula

-Tereza Campello, ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome no governo Dilma Rousseff

-Bela Gil, apresentadora

Agricultura, Pecuária e Abastecimento

-Carlos Fávaro, senador (PSD-MT)

-Kátia Abreu, senadora (Progressistas-TO)

-Carlos Ernesto Augustin, empresário

-Neri Geller, deputado (PP-MT)

Cidades

-Márcio França, ex-governador de São Paulo (PSB)

-João Campos, prefeito do Recife (PSB)

Desenvolvimento Regional

-Randolfe Rodrigues, senador (Rede-AP)

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