A pobreza, programas sociais de transferência de renda e o escândalo com o ex-deputado Roberto Jefferson foram parte das pautas com desinformação abordadas por Jair Bolsonaro (PL) durante o debate da TV Globo na última sexta-feira, 28. O candidato à reeleição disseminou falsas acusações contra o adversário Lula (PT) na tentativa de manter os atuais eleitores e conquistar os indecisos.
No programa, Bolsonaro afirmou que o petista tem ligações com o narcotráfico e se encontrou com “chefões” da prática. Ele destacou que isso o permitiu fazer um evento de campanha no complexo de favelas do Alemão, no Rio de Janeiro. A mobilização, no entanto, inclui encontro somente com apoiadores e líderes comunitários. A fala do presidenciável ocorreu após a proibição da associação veiculada em vídeo publicado na propaganda eleitoral feita pelo ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, nesta semana.
A suposta facilidade em conseguir a liberação do Auxílio Brasil também não é verdade. O programa de transferência de renda exige o cumprimento de critérios, como renda mensal por pessoa de até meio salário mínimo. Bolsonaro disse no debate que “quem tiver passando necessidade, procura, bata na porta de alguém e esse alguém te ajuda a se cadastrar, sem passar pela prefeitura. Se cadastre e passe a receber no mínimo R$ 600 por mês.”
O apoio popular a candidatos da base do atual presidente foi usado como exemplo, mas os dados usado não são verdadeiros. Em um momento do programa da TV Globo, Bolsonaro reclamou que Lula criticou o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazzuello, que teria sido o deputado federal mais votado do Rio de Janeiro no primeiro turno das eleições deste ano. A informação é falsa porque o parlamentar campeão nas urnas foi Daniela do Waguinho (União Brasil), com 213.706 votos.
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A polarização no pleito eleitoral 2022 tem desencadeado agressões, violência e disseminação de fake news. De acordo com o NetLab da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – grupo interdisciplinar de análise de redes aplicada a diferentes tema -, o índice de notícias falsas aumentou 253% entre o primeiro e segundo turnos das eleições deste ano