Vídeo: Sindicalista pede fim de bloqueios dos caminhoneiros: “Vai prejudicar muito a economia desse país”

A reação dos caminhoneiros ao resultado das urnas das eleições presidenciais está preocupando autoridades e representantes da categoria. O presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, chegou a publicar um vídeo pedindo aos colegas respeito à vontade popular.

“Quero reconhecer a eleição, a democracia deste país, parabenizar o presidente Luís Inácio Lula da Silva pela sua vitória. A gente precisa, referente à categoria, também ter um alinhamento com o próximo governo. Esse momento de parar o país vai prejudicar muito a economia desse país, precisamos ter reconhecimento da democracia desse país, da vitória do presidente”, defendeu o líder conhecido como Chorão.

De acordo com ele, os caminhoneiros precisam lutar por medidas que vão beneficiar a categoria. Chorão citou como exemplo uma proposta que confere caráter ressarcitório ao combustível consumido por transportadores autônomos de cargas (TACs). A ideia retiraria esse custo do valor do frete e seria repassado integralmente ao tomador do serviço.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informa que há pontos de bloqueio em 11 estados e no Distrito Federal. Ao todo, seriam 63, de acordo com a Abrava. Os caminhoneiros formam uma categoria formada por 986,8 mil pessoas, segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) referentes a julho do ano passado.

De acordo com a PRF em Goiás, até às 9h40 desta segunda, ao menos cinco trechos no estado haviam sido bloqueados. A interrupção do fluxo ocorre na BR-060 no km 101, em Anápolis, na BR-153, no km 703, em Itumbiara, na BR-040, nos km 94 e km 19, próximo de Luziânia, na BR-040 no KM 94, em Cristalina e na BR-364 em Jataí.

A princípio, as manifestações ocorrem de forma pacífica. Equipes da Triunfo Concebra e da PRF estão nos locais. Os policiais tentam negociar com os bolsonaristas a liberação da via. Protestos também acontece em Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Bahia.

Vídeo:

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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