Em Goiás, bloqueios e protestos já preocupam donos de postos; falta insumos em quatro cidades

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Devido aos bloqueios de caminhoneiros em estradas do Brasil, a falta de abastecimento está preocupando os donos de postos. De acordo com Márcio Andrade, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto Goiás), a questão se mostra ainda mais dramática no interior do estado. Já falta insumos, em Caldas Novas, Caiapônia, Itumbiara e Jataí.

Postos de combustível em Goiás

Neste momento, mais de 20 pontos no estado de Goiás estão atualmente sob bloqueio de caminhoneiros. A obstrução das vias está impedindo o transporte de produtos essenciais, como o próprio combustível. Por isso, embora Márcio Andrade afirme que não houve notificação de desabastecimento total em nenhuma cidade, a situação vem preocupando em termos gerais.

“Os bloqueios e protestos de caminhoneiros nas rodovias do estado de Goiás já preocupam os donos de postos, principalmente nas cidades do interior. Elas dependem do transporte rodoviário para trazer esse produto. Em algumas localidades, já há notícias de postos com dificuldade de repor os estoques”, comenta o presidente do Sindiposto.

Em Quirinópolis, na região sudoeste de Goiás, o álcool subiu R$ 0,30 entre domingo, 30, e terça, 1º. Agora, está custando R$ 3,69, enquanto a gasolina está R$ 4,99. Vale ressaltar, é claro, que os protestos dos caminhoneiros começaram na madrugada de segunda-feira, 31. Essas pessoas estão se manifestando contra o resultado das urnas, em que Bolsonaro (PL) perdeu a presidência para Lula (PT).

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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