Vídeo: Bolsonaro pede fim de bloqueios em rodovias e diz “temos que ter a cabeça no lugar”

Bolsonaro pede fim de bloqueios em rodovias e diz

Por meio de um vídeo divulgado nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro (PL) pede para os apoiadores desbloquearem as rodovias do país. Ainda na publicação feita na noite desta quarta-feira, 2, o chefe do Executivo, derrotado no pleito de domingo, 30, disse que entende a frustração dos manifestantes, mas que o momento é de colocar a cabeça no lugar.

“Sei que vocês estão chateados, estão tristes, esperavam outra coisa. Eu também. Estou tão chateado quanto você. Mas nós temos que ter a cabeça no lugar”, afirmou Bolsonaro.

O presidente disse ainda que os bloqueios de rodovias prejudicam o direito de ir e vir da população e que não se pode “perder a legitimidade”.

“Os protestos e as manifestações são muito bem-vindas, fazem parte do jogo democrático. [….] Agora, tem algo que não é legal. O fechamento de rodovias pelo Brasil prejudica o direito de ir e vir das pessoas. Está na nossa Constituição. E nós sempre estivemos dentro dessas quatro linhas. Tem que [se] respeitar o direito de outras pessoas que estão se movimentando”, ressaltou.

Em seguida, Bolsonaro reforçou o pedido de desbloqueio das rodovias, mas apoiou outros meios de manifestação. “Prejuízo todo mundo está tendo com essas rodovias fechadas. O apelo que eu faço a você: desobstrua as rodovias, proteste de outra forma, em outros locais que isso é muito bem-vindo, faz parte da nossa democracia. Por favor, não pensem mal de mim. Eu quero o bem de vocês”, completou.

Confira o pronunciamento:

Bloqueios

O pedido para que os manifestantes desobstruam as rodovias ocorreu no terceiro dia de manifestações contra o resultado da eleição presidencial. As interdições nas estradas também geraram uma série de críticas e ordens do Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) retirasse os bolsonaristas das rodovias.

O tumulto dos inconformados trouxe prejuízos para milhares de pessoas. Houve falta de combustível em diversas cidades, voos e viagens canceladas. Além disso, em Mirassol, no interior de São Paulo, um motorista de 28 anos foi preso em flagrante após atropelar manifestantes na tarde desta quarta-feira, 2. Ao menos 16 pessoas ficaram feridas.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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