Empresas de ônibus são autuadas por má prestação de serviço na Rodoviária de Goiânia

Empresas de ônibus são autuadas por má prestação de serviço na Rodoviária de Goiânia

Três empresas de ônibus foram autuadas pelo Procon Goiás na tarde desta quarta-feira, 2, durante fiscalização realizada no Terminal Rodoviário de Goiânia, localizada no setor Norte Ferroviário. Ação do órgão ocorreu após denúncia de passageiros que foram afetados pelos bloqueios nas rodovias, em protesto contra o resultado das urnas. Ao menos 100 viagens foram canceladas.

De acordo com o superintendente do órgão, Levy Rafael Cornélio, foram constatadas irregularidades relacionadas à má prestação de serviço.

“Fomos abordados na Rodoviária por consumidores que tiveram seus direitos desrespeitados. Essas empresas não prestaram a assistência devida e necessária aos passageiros que esperavam a remarcação da passagem ou ainda tiveram dificuldade para fazer o cancelamento da passagem”, explicou.

Levy explica que a Resolução 4282 da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) define as regras para as viagens de ônibus. No caso de atraso de mais de uma hora, o passageiro tem direito de ser acomodado em outro ônibus de outra empresa que ofereça serviço semelhante para o mesmo destino ou restituição imediata do valor do bilhete. Caso seja um veículo em condições inferiores, deve receber a diferença do preço da passagem.

Já em caso de atraso superior a 3 horas, a empresa é obrigada a fornecer alimentação aos passageiros e se a viagem não for remarcada para o mesmo dia, deverá ainda providenciar a hospedagem ao consumidor.

Ainda segundo o órgão, uma consumidora tentou fazer o cancelamento da passagem pelo SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor), mas enfrentou dificuldades, o que também motivou a autuação. As empresas terão prazo de 20 dias para apresentar defesa e poderão ser multadas. Os valores variam entre R$ 754 e R$ 11,3 milhões.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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