O Ministério Público de Goiás (MP-GO) propôs que uma academia de Anápolis, a 55km de Goiânia, pague uma indenização no valor de R$ 10 mil por danos morais contra uma aluna que foi vítima de transfobia após ter a matrícula recusada. Ao G1, Jhennyfer Marine Elmita contou que tentou se matricular na unidade voltada apenas para mulheres, com o objetivo de se sentir mais confortável, mas não conseguiu fazer o cadastro.
O caso aconteceu em 19 de setembro deste ano, mas a denúncia apenas foi registrada no final do mês de outubro. Segundo o advogado de Jhenyffer, a Justiça aguarda agora uma resposta da denunciada para que seja designado a audiência de instrução e julgamento.
‘’O que ela alegou foi o mesmo discurso de pessoas LGBTIfóbicas. ‘Não tenho preconceito, mas não quero na minha academia’’, disse o advogado.
Transfobia
Ao G1, Jhenyffer contou que começou o atendimento na academia em uma sexta-feira, com o objetivo de começar a malhar na segunda. No entanto, ao perguntar se não havia nenhum receio por ela ser uma mulher trans, a funcionária disse que ela não poderia realizar a matrícula.
“Me senti um lixo. Eu não me identifico como homem, mas como mulher’’, ressaltou Jhennyfer.
Na mensagem, a funcionária pede a compreensão de Jhennyfer. Em seguida, a mulher enviou documentos à academia, esclarecendo que não se identifica como mulher, como também é reconhecida pela lei como uma.
Ela afirmar que essa foi a primeira vez que sofreu um tipo de transfobia desde que mudou os dados na certidão de nascimento. Também contou que nunca foi proibida de entrar ou frequentar lugares pelo fato de ser uma mulher trans.
O processo ocorre em secreto na Justiça e é investigado pela Polícia Civil (PC).