O deputado federal Gustavo Gayer (PL) teve a conta retida pelo Twitter nesta sexta-feira, 4, após a rede social cumprir uma ordem judicial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que determinou a suspensão integral do perfil do influencer bolsonarista. A decisão ocorreu após ele levantar suspeitas sobre a apuração dos votos e questionar o resultado das eleições.
Gayer e outros aliados do presidente Jair Bolsonaro compartilharam na sexta uma live feita por um argentino, amigo do deputado Eduardo Bolsonaro, com acusações contra o sistema eleitoral brasileiro. Ao tomar conhecimento sobre a decisão, o político foi às redes sociais questionar a decisão.
“Muito provavelmente esse será o último vídeo que vocês verão meu no Instagram. Derrubaram o meu Twitter. E é assim que a democracia vai ser defendida pela nossa Suprema Corte. Parece que nós somos um obstáculo na trajetória de poder desse povo. Eles vão tirar nossas vozes”, afirmou.
Contudo, pouco depois ele retirou o vídeo das suas redes sociais. Em outra postagem feita ontem, ele comentou sobre a ação do Twitter: “Eu não vou parar! Nós não podemos parar!”.
Processos
Na última semana antes da votação do primeiro turno nas eleições deste ano, Gustavo Gayer foi alvo de denúncias de assédio eleitoral. O Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT18) chegou a determinar que o até então candidato deixasse de usar estabelecimentos comerciais e industriais para promover propagandas políticopartidárias. A decisão foi motivada por reuniões que foram realizadas por Gayer em empresas para, supostamente, angariar apoio a Jair Bolsonaro.
Vídeos excluídos
Vale lembrar ainda que o deputado removeu cerca de 1,6 mil vídeos do seu canal no YouTube, depois do resultado do segundo turno das eleições, que deu vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adversário de Jair Bolsonaro (PL). As remoções foram reveladas pelo jornal O Globo, a partir de um levantamento feito pela empresa de análise de dados Novelo Data.
A ferramenta identificou que, juntos, canais bolsonaristas retiraram do ar 4,2 mil vídeos do YouTube. O número maior de remoções é do canal do deputado Gustavo Gayer. Segundo o levantamento, Gayer tinha 2.286 vídeos na plataforma no dia 1º de novembro, mas, na última quinta-feira, 3, o número já havia caído para 680.
Ou seja, 1.606 publicações a menos. Além de ser uma redução de 70% na quantidade de conteúdo que havia disponibilizada, o valor corresponde a 38% do total de vídeos suprimidos por canais bolsonaristas.
O deputado eleito tem mais de 1 milhão de inscritos em seu canal. De acordo com a Novelo Data, do total de vídeos excluídos, 159 citavam no título o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Supremo Tribunal Federal (STF) ou o ministro Alexandre de Moraes. Outros 308 eram ataques diretos a Lula e ao PT.