O estado de Goiás chegou a marca de 204 mil casos de dengue em 2022, atingindo o maior índice do País, com 2.832 contaminações para cada 100 mil habitantes. Goiás também é o segundo estado com mais mortes provocadas pela doença, com 138 registros, ficando atrás apenas de São Paulo (272 mortes), segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde (MS), que contabiliza as notificações registradas até 22 de outubro
Ainda de acordo com o documento, Goiânia aparece em segundo lugar entre as cidades brasileiras com mais registros de dengue, com 53,6 mil. Na sequência aparece Aparecida de Goiânia em terceiro, com 24,1 mil, e Anápolis, com 18,9 mil, como a quinta cidade com mais contaminações por dengue.
Calculada pela relação entre número de casos e número total de habitantes, a taxa de incidência da doença na capital está muito acima da média nacional: 3,4 mil casos para cada 100 mil habitantes. Com a chegada no período chuvoso, a tendência é que os números da dengue, Chikungunya e zika, voltem a subir. A região Nordeste concentra a maior parte dos casos de Chikungunya no ano, sendo 5 municípios do Ceará entre os 8 mais afetados.
Dengue
A doença, causada por um vírus, é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, também transmissor de outras doenças como a zika e a chikungunya. Em entrevista recente ao Diário do Estado, o coordenador de dengue, zika e chikungunya da SES, Murilo do Carmo, informou que os principais sintomas da doença são: febre alta, erupções cutâneas e dores musculares e nas articulações. Nas formas mais graves, a dengue pode causar hemorragia interna em órgãos e tecidos, podendo levar à morte.
“O estado registrou um aumento expressivo de chuvas esse ano, e quanto mais água nos criadouros, mais mosquitos vão aparecer. Outro motivo para o aumento dos casos é a circulação simultânea dos vírus da dengue. Por exemplo, existem quatro tipos de dengue, mas Goiás possui dois tipos em circulação. Além disso, há também o problema com a própria população que não faz o dever de casa, que é cuidar do quintal. Infelizmente, mais de 90% dos criadouros são encontrados em imóveis residenciais”, explicou.
Epidemia
Para Murilo, o estado já passou por uma epidemia de dengue no começo do ano, mas sofreu uma baixa no número de casos devido à estiagem. Porém, semanalmente, o especialista conta que são registradas mil notificações da doença mesmo sem a presença de chuvas no estado. Ainda sim, ele alerta a população para que realize a limpeza dos terrenos, a fim de evitar uma nova onda de casos a partir de outubro, quando as chuvas devem começar a atingir o estado novamente.
“Infelizmente a população tem deixado muito a desejar, em tirar aqueles 10 minutos do seu tempo para fazer o seu trabalho. Não existe nada de inovador para combater a dengue, a não ser as ações que já estão sendo realizadas, como aplicação de remédios e fiscalização. Porém, é preciso que a população ajude, que se tornem agentes de saúde das suas residências”, explicou.