MP aciona Vilmar Rocha

Comissionados estariam desempenhando atividades técnicas em secretaria, aponta promotor

O titular da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima), Vilmar Rocha, foi indiciado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) por improbidade administrativa. Ainda em junho do ano passado, a justiça havia recomendado a realização de um concurso público para cargos na secretaria, que estariam sendo ocupados por comissionados.

Segundo o promotor de justiça Fernando Krebs, que propôs a ação, os comissionados estavam desempenhando atividades de apoio administrativo à fiscalização ambiental, além de análises e elaboração de pareceres técnicos para licenciamento e outorga de utilização de recursos hídricos.

Ministério Público

Em janeiro, o MP-GO instaurou um inquérito civil para apurar a denúncia de que servidores comissionados estariam realizando atividades de fiscalização ambiental. Fernando Krebs apontou que constam duas inconstitucionalidades no caso, já que as atividades de fiscalização deveriam ser desempenhadas por servidores aptos à elaboração de documentos técnicos, e também concursados.

Segundo o promotor, a denúncia foi realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público do Estado de Goiás (SINDIPÚBLICO) ainda no ano passado. A ação apresentada por Krebs argumenta que apesar das recomendações expedidas pelo Ministério Público, do requerimento feito pelo sindicato e de avisos realizados pela própria Comissão Julgadora de Recursos da SECIMA, Vilmar Rocha “continua designando servidores comissionados para a elaboração de Procedimento Operacional Padrão para as concessões de licenças prévias, de instalação e de funcionamento”, o que foge das atribuições garantidas ao cargo comissionado.

O promotor aponta que tal natureza de cargo deve ser atribuída apenas a diretores, chefes e assessores em órgãos ou repartições públicas. Fernando Krebs também acredita que “o fato de comissionados estarem desempenhando esse tipo de atividade poderia permitir favorecimentos nas liberações para uso de recursos naturais”.

Vilmar Rocha

O titular da Secima teria justificado ainda no ano passado que já havia acontecido um concurso em 2010, e que constava nos trâmites da Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan) uma proposta para implantação de Plano de Cargos e Remuneração, além da realização de um concurso pela pasta do meio ambiente.

A proposta para o plano foi encaminhada à Gerência de Correições e Disciplina da Secima, mas as devidas providências não foram tomadas. Krebs acredita que “a realização de um concurso nunca esteve nos planos de Vilmar Rocha, tanto que, quando apresentou esse plano de cargos, ele adiantou não ser possível o aumento do número de servidores naquele momento”. Sobre o concurso realizado em 2010, o promotor acredita que ele não supriu as necessidades da secretaria por recursos humanos.

O DIÁRIO DO ESTADO entrou em contato com a assessoria de comunicação setorial da Secima, mas foi informado que a secretaria ainda não foi notificada oficialmente a respeito do caso.

Gustavo Motta

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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