Putin denuncia tentativas dos EUA de influenciar eleições russas

Líder russo deve se encontrar amanhã com presidente americano Donald Trump

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, denunciou nesta quinta-feira (9) as tentativas dos Estados Unidos de influenciar nas eleições presidenciais do país que serão realizadas em março, em resposta à “suposta atuação” russa feita no último pleito presidencial americano. A informação é da EFE.

“Em resposta à imaginária ingerência nas eleições (americanas, os EUA) querem criar problemas nas eleições do presidente da Rússia”, disse o chefe do Kremlin, em reunião com trabalhadores de uma fábrica em Chelyabinsk, nos Urais, citado por veículos de imprensa locais.

Putin, que ainda não anunciou se tentará a reeleição, vinculou as denúncias contra a Rússia de apoiar o doping dos esportistas com a realização do pleito presidencial russo convocado para 18 de março.

“Há algo que me preocupa: a Olimpíada [de Inverno] deve começar em fevereiro, e quando são nossas eleições presidenciais? Em março. São grandes as suspeitas de que isto [as denúncias] estão sendo feitas para criar descontentamento entre os torcedores e os esportistas para falar que o Estado é responsável pelas irregularidades”, disse.

O líder russo indicou ainda que as organizações esportivas globais, incluído o Comitê Olímpico Internacional, são altamente dependentes de patrocinadores, dos proprietários dos direitos de televisão e da publicidade.

“Trata-se de um grande acúmulo de contratos e dependências. O pacote de controle está nos EUA, porque lá estão as principais companhias que pagam pelos direitos de televisão, lá estão os principais patrocinadores, os principais compradores de espaços publicitários”, disse Putin.

Cúpula da Apec

O presidente russo fez escala em Chelyabinsk a caminho do Vietnã, onde participará da cúpula de líderes dos países do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) que começa amanhã na cidade de Danang.

Espera-se que durante a cúpula Putin mantenha um encontro com o seu colega americano, Donald Trump. A agência oficial russa RIA Novosti informou hoje, citando o vice-ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Riabkov, que a reunião será realizada na sexta-feira, mas mais tarde o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, afirmou que o encontro ainda não está confirmado.

Fonte: Agência Brasil

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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