Defesa Civil e policiais fiscalizam usina que causou mau cheiro após explosão

Defesa Civil e policiais fiscalizam usina que causou mau cheiro após explosão

A Polícia Civil, a Polícia Científica e a Defesa Civil inspecionam nesta sexta-feira, 11, a usina de asfalto onde houve a explosão de uma caldeira que causou o mau cheiro na Grande Goiânia. Os profissionais tentam entender como aconteceu o incidente. 

“Vamos verificar qual o volume de produto que tinha no tanque para sabermos o que vazou e vamos analisar se no local existia bacia de contenção, que é obrigatória”, afirmou Juliano Cardoso, gestor ambiental e geográfico da Defesa Civil de Aparecida de Goiânia, ao G1

O vazamento aconteceu na última quinta-feira, 10, após uma explosão. A Defesa Civil tenta levantar informações sobre o produto que vazou, e de pontos como o impacto na comunidade e quem é o engenheiro ou responsável químico da empresa. 

Além disso, notas fiscais da compra de produtos e documentações das usinas devem ser realizadas. Também será apurado se o óleo entrou no solo e qual a profundidade. Será solicitado um laudo pela Polícia Científica para descobrir a causa da explosão e o quanto saiu de óleo. 

Mau cheiro 

O vazamento na usina foi descoberto após moradores de Goiânia e Aparecida relatarem mau cheiro, similar à de gás de cozinha, nesta quinta-feira,10. O Corpo de Bombeiros foi acionado para investigar a origem do odor e encontraram a caldeira estourada na usina. 

O lubrificante é tóxico e parecido com óleo diesel. Ele é usado em altas temperaturas para funcionar as caldeiras que esquentam massa asfáltica.

”Temos preocupação porque houve contaminação do solo e do córrego Santo Antônio, que vai para o rio Meia Ponte. Naquela região tem vários ribeirinhos e animais que dependem daquela água”, ressaltou o secretário de Meio Ambiente (SMA) de Aparecida, Cláudio Everson.

Um inquérito foi instaurado para apurar o caso. Tudo indica como um crime de poluição, que está entre as infrações ambientais mais graves, com pena de até quatro anos de reclusão. 

Entenda como ocorreu a explosão 

De acordo com o capitão do Corpo de Bombeiros Paulinelli Damasceno, a empresa produz massa asfáltica e usa um espaço da área de pedreira em Aparecida. No processo de produção, existem caldeiras que aquecem a massa. 

As caldeiras são aquecidas por motores, que utilizam óleo para funcionar. O bombeiro explicou que o motor que aquece dois reservatórios de 15 mil litros de massa parou de funcionar, fazendo com que o óleo se acumulasse, causando uma explosão no motor.

Houve então vazamento do óleo na terra, que escorreu pela manancial que cai no Rio Meia-Ponte. O Corpo de Bombeiros informou que foi feita a contenção do vazamento com a própria massa asfáltica. 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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