Diálogo Brasil debate direitos dos presos e das vítimas da violência

Debate cobra acompanhamento das vítimas, qualidade no serviço carcerário e melhorias no auxílio-reclusão

Apenas 7% da população carcerária brasileira recebe auxílio-reclusão, pois a burocracia acaba desestimulando os condenados a reivindicar esse direito. A informação é da defensora pública da União, Michelle Leite de Souza Santos.

Segundo Michelle, esse é um direito de todas as pessoas que contribuem para o INSS, apesar de ser apontado por parte da sociedade como um privilégio, sob o argumento de que as famílias dos reclusos são assistidas, enquanto as famílias das vítimas não têm amparo do Estado.

A defensora pública participa da edição de hoje (13) do programa Diálogo Brasil, que vai debater os direitos dos presos e das vítimas da violência. Também será entrevistado Francisco Régis Ferreira Lopes, representante do Comitê de Vítimas da Violência (Convive).

Para Lopes, o sentido de benefícios destinados a assegurar a dignidade dos presos “é respeitável”, mas critica a impunidade e também cobra do Estado acompanhamento jurídico, psicológico e social para as vítimas e suas famílias.

A realidade do sistema penitenciário brasileiro – em que a taxa de ocupação é de 167%, com 622 mil condenados em 372 mil vagas – leva o Estado a não garantir condições mínimas de dignidade estabelecidas pelas Nações Unidas no pós-Segunda Guerra Mundial, 60 anos atrás, como celas limpas, bem ventiladas e iluminadas, alimentos saudáveis, água potável, leitos e roupas de cama para todos os reclusos.

Além dos dois convidados que compõem a mesa, outros especialistas participam do programa por meio de depoimentos em vídeo. Entre eles, o assessor jurídico da Pastoral Carcerária de São Paulo, Francisco Crozera, e o estudante Emerson Franco, que passou quase sete anos preso e hoje faz palestras sobre violência urbana e combate às drogas na rede pública de ensino do Distrito Federal.

Também participam a fundadora e coordenadora do Movimento Moleque do Rio de Janeiro, Mônica Cunha, e Valdeci Ferreira, diretor-executivo da Fraternidade Brasileira da Assistência aos Condenados, entidade que agrega os centros Apac (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado), um modelo de presídio humanizado que vem crescendo no país e no exterior.

O programa Diálogo Brasil é exibido sempre às segundas-feiras, na TV Brasil, às 22h30.

Fonte: Agencia Brasil

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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