Os encontros familiares e de amigos devem aumentar levemente o consumo de carne bovina com a Copa do Mundo, Natal, Réveillon e férias escolares impulsionados pela entrada do 13º salário. No ano em que os preços dessa proteína chegaram às alturas, a tendência é que os preços não sejam reajustados. A procura deve ser maior por opções mais em conta, como peças suínas. A expectativa de queda havia sido cogitada com a divulgação da redução da arroba do boi.
Na avaliação do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas no Estado de Goiás (Sindiaçougue-GO), Silvio Yassunaga, a cotação do animal não interfere diretamente nos açougues porque os estabelecimentos não compram diretamente dos produtores. Além disso, o quilo das carnes se mantém alto desde o início deste ano após elevações seguidas desde 2020 devido à pandemia, exportações e dólar.
Os cortes dianteiros, como músculo, paleta e acém custam em torno de R$ 32 o quilo e os da parte traseira, a exemplo de alcatra e contrafilé saem por R$ 42 o quilo, em média. os açougues, os pedidos costumam ser por carne suína ou frango por causa do preço menor. A diferença é grande porque o quilo do frango pode ser encontrado por R$ 9.
“Quando conseguimos um preço melhor, repassamos ao consumidor baixando preço da tabela, colocando promoções, ofertas…. As vendas ainda estão muito baixas. Não temos perspectiva de baixa nem de aumento atualmente. Não tem espaço para ficar mais caro nem barato e o pecuarista sempre reclama dos custos, então não dá para mexer no preço, na minha avaliação”, diz.
Yassunaga destaca que, ao contrário da baixa da arroba, o montante pago pelos açougues aos frigoríficos tem ficado acima do esperado. De acordo com ele, os estabelecimentos pagavam R$ 17,50 pelo quilo pela vaca casada (quarto dianteiro e traseiro do animal) na semana passada, enquanto nesta o valor cobrado era R$ 18. “Essa baixa da arroba do boi está na contramão da conjuntura que estamos vivendo. Estamos absorvendo o reajuste sem repassar”, acredita.
Perspectiva
O economista Luiz Carlos Ongaratto recomenda a antecipação da compra dos itens de alimentação não perecíveis típicos de Natal ou a revisão de receitas usando a criatividade para não pesar no bolso. A tradicional troca peru ou chester por frango não será uma boa alternativa neste ano. Segundo ele, o frango teve alta entre 20% e 30%, dependendo do estado de Goiás, somente neste ano. O profissional sugere escolher a carne suína porque não houve aumento neste ano. “Provavelmente será uma válvula de escape com corte como lombo, tender e pernil”, pontua.