O bloqueio de rodovias após o segundo turno das eleições teve financiamento de sete bolsonaristas goianos. A lista com empresas e pessoas físicas envolvidas nos atos antidemocráticos foi divulgada pelo jornal Estadão com base em informações do Ministério Público Federal nesta quinta-feira, 16.
Segundo a publicação, os financiadores concentram-se em São Miguel do Araguaia e em Goianésia. Os nomes incluídos no rol da instituição são Tales Cardoso Machado (dono de uma panificadora), Pedro Sanches Roja Neto (empresário), Leonardo Rodrigues de Jesus Soares (ex-vereador de São Miguel do Araguaia), Sandro Lopes (corretor e candidato derrotado a prefeito de São Miguel do Araguaia), Hernani José Alves, (ruralista ), Jamil El Hosni (empresário) e Rafael Luiz Ottoni Peixoto (dono uma transportadora de carga).
As contas de 43 pessoas e empresas em redes sociais supostamente ligadas ao movimentos antidemocráticas foram bloqueadas no último fim de semana. A determinação foi do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que justificou as condutas do grupo como inconstitucionais. Ele também condicionou a medida à coleta de depoimento pela Polícia Federal (PF) em até dez dias. Ele considerou “inautêntico e coordenado” o fluxo de caminhões para Brasília para “ilícita reunião nos arredores do Quartel General do Exército, com fins de rompimento da ordem constitucional”.
Um outro empresário está sendo investigado pela PF a pedido do MPF em Goiás por suspeita de estar incentivando golpe militar pela internet. Ele chegou a publicar vídeos no acampamento montado por bolsonaristas em frente ao Batalhão de Operações Especiais do Exército em Goiânia. Além disso, o proprietário conhecido como BBQ Vinny 21 também estaria compartilhando fake news nas redes sociais.
Relembre
Ao todo, 30 pontos em estradas goianas tiveram interrupção total ou parcial do tráfego. Os protestos contra o resultado das urnas que oficializou a vitória de Luís Inácio Lula da Silva (PT) como próximo presidente do Brasil começaram ainda na noite de domingo, 30. A Polícia Militar de Goiás precisou ser assinada para cumprir a determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) de desobstruir as pistas já que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) não atendeu a ordem judicial.
Os policiais chegaram a usar gás lacrimogêneo para afastar os manifestantes, mas, na maior parte do tempo, se mantiveram distantes e não interferiram ou tentaram dispersar os revoltosos. Os transtornos causados pelos atos antidemocráticos afetaram as pessoas e a economia. Em Goiânia, uma audiência foi desmarcada porque o réu e o advogado moram no interior e não conseguiram chegar até à capital.