Prefeitura propõe ISS mínimo para call center com qualificação e emprego em Goiânia

Tramita na Câmara Municipal de Goiânia projeto de lei complementar que atualiza o Código Tributário da capital. Entre as medidas sugeridas pelo texto, está a proposta de estabelecer a menor alíquota possível de Imposto Sobre Serviços (ISS), que é de 2%, para empresas de call center sediadas em Goiânia que empregarem mão de obra da cidade e que oferecerem cursos de qualificação. Caso os vereadores acatem a ideia, ela passa a valer a partir de 2023.

Os cursos de qualificação profissional terão que disponibilizar número de vagas equivalente a 50% dos funcionários que a empresa tiver. Elas terão, também, que estar disponíveis para qualquer habitante da capital que tenha interesse em se qualificar. O projeto é de autoria da Prefeitura de Goiânia e foi amplamente debatido em audiências públicas, nos últimos meses.

“Nós temos clareza sobre onde queremos chegar. Por um lado, a nossa gestão atualiza o Código Tributário e cria ambientes modernos e seguros para o empreendedorismo. Por outro, estimulamos a qualificação dos trabalhadores. Com mais mão de obra capacitada, vai aumentar também o número de empresas interessadas em investir em Goiânia”, afirma o prefeito Rogério Cruz.

Polos de tecnologia, aeródromos e aerotrópolis
A proposta de reduzir a alíquota de ISS para 2% alcança também para os polos de tecnologia de Goiânia, como o que funciona na região do campus Samambaia da Universidade Federal de Goiás (UFG). O mesmo vale para empresas que realizam serviços de revisão, manutenção e conservação de aeronaves, e que estão instaladas no entorno do Aeroporto Santa Genoveva.

ISS mínimo para representantes comerciais e autônomos
O projeto confere ISS de 2% para representação de qualquer natureza, inclusive comercial, e estende a proposta para autônomos e profissionais que trabalham com agenciamento, corretagem ou intermediação de câmbio, de seguros, de cartões de crédito, de planos de saúde e de planos de previdência privada que estiverem enquadrados no Simples Nacional.

Tarifa única de ISS para sociedades profissionais
Para 2023, a Prefeitura pretende, ainda, reduzir o ISS pago pelas sociedades profissionais em até 66,74%, comparado com base na atual legislação da LC 344/21. A ideia é estabelecer uma tarifa única no valor de R$ 277,42 por sócio, independentemente de quantos participarem do empreendimento.

Caso o projeto do CTM seja aprovado pela Câmara Municipal, as categorias profissionais alcançadas em 2023 serão Medicina; Biomedicina; Enfermagem (inclusive serviços auxiliares); Nutrição; Obstetrícia; Odontologia; Ortóptica; Próteses sob encomenda; Psicologia; Medicina veterinária e zootecnia; Engenharia, Agronomia; Agrimensura; Arquitetura; Geologia; Urbanismo; Paisagismo e congêneres; Advocacia; Auditoria; Contabilidade (inclusive serviços técnicos e auxiliares) e Consultoria e assessoria econômica ou financeira.

Como fica a tributação de sociedades profissionais em 2023, caso a atualização do Código Tributário não seja aprovada:

– Até o 5° profissional, o ISS pago é R$ 246,60. Em 2023, o valor passaria a ser R$ 277,42.
– Do 6° ao 10° profissional, o ISS pago é R$ 394,90. Em 2023, o valor passaria a ser R$ 444,26.
– Do 11° ao 20° profissional, o ISS pago é R$ 568,20. Em 2023, o valor passaria a ser R$ 639,22.
– A partir do 21° profissional, o ISS pago é R$ 741,50. Em 2023, o valor passaria a ser R$ 834,18

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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