O fim deste ano e começo de 2023 deve ser marcado por fortes tempestades em Goiás. A intensidade deve ser igual ou maior à registrada no no mesmo período do ano anterior e afetou a região nordeste do estado. Além dos prejuízos financeiros, o risco para a saúde humana é alto. Para evitar ou minimizar o impacto desses efeitos climáticos, um alerta com informações preventivas foi emitido pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO). Somente em Goiânia, a Defesa Civil já mapeou 99 pontos de alagamentos e mais de 20 áreas de risco.
A maior preocupação é com as doenças causadas pela enchentes decorrentes das tempestades. A água suja pode ter sido contaminada através de esgoto e dejetos de animais, como ratos. O tétano e a leptospirose costumam ter mais registros médicos após inundações. A orientação é sempre procurar uma unidade de saúde ao começarem sintomas de febre, dor de cabeça, dores musculares, vômito e diarreia. Picadas de animais peçonhentos são outro problema recorrente nessas situações. As vítimas precisam de socorro urgentemente.
Os alimentos podem ser tornar uma fonte de transmissão de microrganismos que afetam o corpo humano, o que torna necessário adotar duas precauções. A SES-GO pede à população que filtre e ferva a água antes de beber, apenas consuma água indicada pelas autoridades e não use água sanitária em água ou alimentos para consumo humano ou animal. Caso haja disponibilidade de Hipoclorito de Sódio, o produto deve ser adicionado à água para desinfecção da água, sendo a medida ideal duas gotas para cada litro de água.
“Um evento traumático, seja individual ou coletivo, pode causar grave sofrimento para as pessoas, afetando de forma significativa a qualidade de vida. Em alguns casos, a desordem verificada tende a persistir podendo evoluir para um quadro de Transtorno de Estresse Pós Traumático, gerando uma consequência danosa, incluindo o desenvolvimento de outras psicopatologias imediatas ou a longo prazo. Ao identificar os sinais deve-se procurar ajuda profissional, fundamental para a prevenção e tratamento destes quadros”, orienta a pasta sobre os efeitos das enchentes na saúde mental das vítimas.
Por quê?
Neste ano, o Brasil terá um evento climático raro: a La Niña ocorrendo por mais de dois anos consecutivos. Assim como no ano passado, em que houve o predomínio do fenômeno, em 2022 as chuvas terminaram em abril para dar início à estiagem e depois retorno delas com força desde outubro. Esta é a quarta vez em que esse fenômeno ocorre. Os registros começaram em 1950 e notificaram esse tipo de ocorrência de 1954 a 1956 e depois entre 2010 e 2012. Um dado inédito é a La Niña que ocorreu por quatro anos de 1973 a 1976.
De acordo com o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), somente em dezembro, a previsão é que as tempestades cheguem a 500 milímetros em 70 municípios das regiões do Centro, Norte e Nordeste goianos. A infraestrutura comprometida com as chuvas do ano passado a ponto de isolar comunidades do nordeste goiano está passando por ajustes preventivos há meses.
Prevenção
Um plano de contingência foi executado pelo governo estadual. Cerca de 280 municípios passam ou passaram por serviços como construção de bueiros e pontes, roçagem, revitalização de sistemas de drenagem, operação tapa-buraco, recuperação de pavimentos asfálticos, levantamento de greide e terraplenagem em trechos em leito natural. Desta vez, a trafegabilidade nos 21 mil quilômetros de rodovias da região não sofrerá impacto. Algumas cidades chegaram a decretar estado de emergência ou calamidade à época. Cerca de 1 mil famílias ficaram ilhadas em áreas rurais da região da Chapada dos Veadeiros. As fortes chuvas causaram alagamentos, destruíram estradas e derrubaram pontes.