PF cumpre 100 mandados contra manifestantes de atos golpistas

PF cumpre 100 mandados contra manifestantes de atos golpistas

Na manhã desta quinta-feira, 15, a Polícia Federal (PF) realiza uma operação contra manifestantes bolsonaristas que participaram de atos antidemocráticos. O órgão cumpre 100 mandados em sete estados diferentes mais o Distrito Federal. Esta é a maior operação já realizada pela PF contra financiadores golpistas.

Os atos de golpistas pró-Bolsonaro

Desde que o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) perdeu as eleições para Lula (PT), apoiadores do ex-militar foram às ruas com a alegação de que houve fraude nas urnas. Apesar de comprovações de diferentes órgãos, inclusive das Forças Armadas, de que não ocorreu nenhum tipo de irregularidade, os golpistas começaram a bloquear estradas como forma de protesto.

A situação escalou ainda mais na última terça-feira, 13, quando manifestantes bolsonaristas realizaram atos violentos em Brasília, queimando carros e ônibus. Com isso, o ministro Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral e Supremo Tribunal Federal, intensificou o inquérito contra esses atos antidemocráticos.

Agora, a PF realiza 100 mandados de busca e apreensão contra golpistas que se envolveram no bloqueio das estradas e em protestos nos quartéis. Empresários que promoveram ou financiaram essas manifestações também são alvos.

“As medidas estão sendo cumpridas nos estados do Acre, Amazonas, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e no Distrito Federal, em face de pessoas físicas e jurídicas identificadas pelas forças federais e locais de Segurança Pública”, informou a PF em nota oficial.

Além de mandados de prisão, foram expedidos quebra de sigilo bancário e de bloqueio de contas de dezenas de empresários.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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