Sociólogo italiano lança livro na UFG

Publicação aborda interações nas redes

A Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade Federal de Goiás (FIC/UFG) foi palco hoje (1º), às 10 horas, da visita do sociólogo italiano Massimo Di Felice, que veio ao Brasil para lançar o seu livro “Net-ativismo: Da ação social para o ato conectivo”. Goiânia sedia o lançamento da obra no segundo país onde é publicada, sendo que o livro foi originalmente lançado na Itália em junho.

“O livro está sendo traduzido para o francês, e também deve ser publicado em Portugal”, comemora Di Felice. Entre os assuntos abordados, consta o papel das redes na formação de movimentos políticos e organizações que atuam em diversos setores sociais, inclusive na promoção de padrões em ecologia e sustentabilidade. Outro ponto abordado consiste nas interações que são promovidas na rede entre indivíduos, dispositivos e inteligência artificial.

A visita do escritor aconteceu dentro da programação do I Seminário sobre Net-ativismo e Ecologia das Redes. O evento é organizado pelo Centro de Pesquisa Internacional sobre Redes Digitais (Atopos), do qual Di Felice é fundador, em parceria com o curso de Relações Públicas, gerenciado pela FIC/UFG.

Coordenador do curso de Relações Públicas, professor Luciano Pereira. Imagem: Gustavo Motta

Universidade

“Esperamos que apareçam novas pesquisas na perspectiva da comunicação voltada às redes”, pontua o coordenador do curso de Relações Públicas, professor Luciano Alves Pereira. O acadêmico elogiou o trabalho do sociólogo, que parte de uma noção mundial do desenvolvimento digital, com influência em fenômenos sociais a exemplo da Primavera Árabe, assunto que povoou a internet em 2011.

A chegada do italiano à UFG foi idealizada pelo professor Tiago Franco, que apresentou recentemente uma tese de doutorado em Roma, sob orientação do escritor. “Agora que ele tem esse lançamento mundial, eu o convidei para vir a Goiânia”, pontua. A cidade faz parte do percurso do sociólogo pelo país. “Eu já lancei o livro em Juiz de Fora, e na próxima semana estarei em São Paulo e no Rio”, conta Di Felice.

Professor Tiago Franco e sociólogo no dia de lançamento. Imagem: Gustavo Motta

Publicação

A obra compõe o segundo volume de uma trilogia sobre tecnologias da comunicação, espaços e indivíduos. Na publicação, o sociólogo aborda as interações entre diferentes agentes nas redes sociais, o chamado “net-ativismo”. O conceito também abrange a condição dos dispositivos eletrônicos e de informação, que tornam possível o monitoramento dos impactos da tecnologia sobre o meio-ambiente.

“Net-ativismo: Da ação social para o ato conectivo” se divide em quatro partes, sendo que a primeira se refere às interações sociais. Na segunda fase, Di Felice trata de comportamentos democráticos permitidos pelo advento das tecnologias, e em um terceiro momento, a obra discorre sobre a origem do net-ativismo. O livro encerra pontuando ecologias da comunicação.

“Esse momento de apresentar e debater a publicação é muito bonito, porque você pode observar como a obra é recebida e compreendida”, comemora o autor. Massimo Di Felice reforçou a necessidade de se debater temas acadêmicos em comunidade, por meio da qual acontece a troca de conhecimentos e experiências.

Massimo Di Felici em dia de lançamento do livro. Imagem: Gustavo Motta

Autor

Massimo Di Felice é sociólogo, formado pela Universidade La Sapienza, em Roma. O escritor também atua como professor pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), e foi docente convidado em instituições europeias como a Universidade Lusófona, na Cidade do Porto, em Portugal, além da Universidade de Sorbonne, em Paris.

Gustavo Motta

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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