Faltam professores de Português em escolas do município de Goiânia

Mais de 350 alunos de uma escola da região noroeste ficaram sem aulas da disciplina este ano

Este ano foi um ano atípico para as escolas da rede municipal de ensino, com a falta de professores, pedagogos e pessoal administrativo. Na Escola Municipal Marco Antônio Dias Batista, no Setor Estrela Dalva, na região noroeste da capital, mais de 350 alunos dos 8º e 9º ano estão sem aulas de Português desde setembro, quando a professora grávida, entrou de licença por problemas de saúde e logo depois, em licença maternidade. A substituição dela foi requerida à Secretaria Municipal de Educação (SME), mas a reposição não foi feita. “Isso é gravíssimo porque não há o que se fazer com os alunos que estão chegando ao ensino médio. O prejuízo para todos é muito grande, mas para eles é irreversível.  Eles ficaram quatro meses sem aulas de português”, contou a professora e diretora da unidade, Rosângela Ferreira Braga.

Ela reclama que durante o ano a escola enfrentou problemas com falta de pessoal administrativo e de pedagogos. “Ficamos sem pedagogo de janeiro a setembro. Vamos resolvendo os problemas de acordo com as possibilidades da secretaria”. Dos dez agrupamentos (turmas) de cada ciclo, cinco estão sofrendo com a falta de professores. “A secretaria de educação não fala nada. Já levei toda a documentação, expliquei que a professora de Português está em licença maternidade e nenhuma providência foi tomada”.

A diretora acredita que o problema vai piorar no próximo ano quando ao invés de dois professores de Português, a escola deverá ter três para atender as mudanças nas diretrizes. Segundo ela, a SME não tem professores substitutos.

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A escola tem mais de 800 alunos que cursam do 1º ao 9º ano da região noroeste e deve ter 20 professores no curso matutino e 20 no vespertino. A diretora disse que não tem como medir o quanto a falta de professores atrapalhou os alunos, mas que “não posso dar garantias do demonstrativo dos alunos, porque não temos como medir isso”. Ela lamenta que os alunos não aprenderam o básico.

 

SME afirma que município tem 266 professores de Português

A Secretaria Municipal de Educação e Esporte disse, em nota enviada ao Diário do Estado, que possui 11 mil profissionais da educação, sendo de 266 atuam na área de Língua Portuguesa. “Vale ressaltar que a SME convocou 3.625 profissionais aprovados em concurso em 2017, alcançando 80% dos classificados entre as vagas previstas e que uma nova convocação será realizada em janeiro”, diz a nota.

Ainda conforme a SME, as disciplinas que mais têm demanda de contratação são Pedagogia e Educação Física e que a maioria dos afastamentos se dá por licença médica, licença por interesse particular, acompanhamento de cônjuge e readaptações de função em caráter provisório. A assessoria da SME não informou quantos, dos 11 mil profissionais de Educação, estão afastados por motivos diversos nem quantos alunos foram prejudicados este ano por falta de professores em sala de aula.

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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