Após muitas especulações, a cerimônia de posse de Lula teve a transmissão de faixa realizada por uma criança, um indígena, uma mulher, uma negra, um pessoa com deficiência, um representante da causa antirracista e a cadela do petista chamada Resistência. O momento simbólico era considerado uma incógnita devido à recusa dos ex-presidente e ex-vice-presidente da República, Bolsonaro e Mourão, respectivamente, em cumprir o protocolo. A opção atende ao slogan do mandato do petista, que é “União e Reconstrução”.
A escolha de Raoní como representante dos povos indígenas sinaliza o compromisso do novo governo com essa população, assim como com a preservação do meio ambiente. Além disso, a ideia era representar o respeito em meio à diversidade da população brasileira. O menino se chama Francisco, tem dez anos de idade e quer ser presidente. A mulher negra é representante de um grupo de catadores de materiais recicláveis. O jovem de boné é Wesley, um metalúrgico, da mesma profissão de Lula antes da carreira política. Outro participante é Murilo de Quadros, um professor bolsista, a mulher branca é uma cozinheira que “abastecia” os acampados em frente ao local onde Lula ficou preso durante um ano e meio em Curitiba, no Paraná. O rapaz deficiente físico é potiguar e teve sequelas da doença aos três anos de idade.
O ato não é obrigatório pela Constituição, já que o eleito assume o cargo com a assinatura de posse no Congresso Nacional. Essa etapa antecede a entrega do acessório simbólico. O hino nacional foi cantado em coro por todos os presentes na cerimônia e pelo público que ocupava a frente do Palácio do Planalto. Por respeito às pessoas com autismo e aos animais, a primeira-dama optou por não seguir a tradição de salva de 21 tiros de canhão que aconteceria em seguida. Esse grupo de pessoas reage mal a altos ruídos.
No início da tarde, Lula e a primeira-dama Janja e o vice Geraldo Alckmin e a vice-primeira dama Lu Alckmin partiram de Rolls Royce da Catedral de Brasília até o Congresso por volta, onde foram recebidos pelos presidentes da Câmara e do Senado. Durante o trajeto, os quatro foram aclamados pela população. Os eleitos fizeram o juramento à Constituição e assinaram o termo de posse, que o reconhece como presidente da República por ter recebido 50,8% dos votos válidos.