Bolsonaro perde foro privilegiado e responde a 16 processos eleitorais

A saída de Jair Bolsonaro da Presidência da República exigirá muito contorcionismo jurídico do ex-chefe do Executivo federal. O mandato marcado por acusações de crimes feitas por adversários teve como  balanço 16 processos somente na esfera eleitoral. Todas as suspeitas estão sendo investigadas e podem levá-lo à prisão, além de ser considerado inelegível nas próximas duas eleições presidenciais.

 

O ex-presidente teve a defesa bancada pela  Advocacia Geral da União (AGU) até o último domingo, 31. Com a posse de Lula no cargo, Bolsonaro perde o benefício e terá que arcar com o próprio bolso a representação nos tribunais. As demandas eleitorais contra ele são basicamente de abuso do poder econômico e político e utilização indevida dos meios de comunicação social. Parte das questões jurídicas em andamento estão com trâmite acelerado, mas dependem de análise de mérito. 

 

A lista contra Bolsonaro inclui ainda apurações sobre fake news, divulgação de notícias falsas sobre vacinas, disseminação de dados sigilosos da urna eletrônica, interferência na Polícia Federal (PF) e desinformação. Nesta segunda-feira, 02, parlamentares do PSOL pediram que ele seja preso preventivamente por ter atentado contra a democracia. A representação foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF). 

 

Há mais de 30 anos na carreira política, essa será a primeira vez que ele responderá a processos na Justiça comum. Na prática, a perda do cargo significa que ele poderá ser investigado pela PF sem autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, os documentos com a Procuradoria Geral da República (PGR) seguem para instâncias abaixo do Ministério Público e as apurações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) são remetidas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do local da infração.

 

Até então, as denúncias eram feitas na Justiça pela PGR mediante autorização prévia da Câmara dos Deputados. No cargo, Bolsonaro poderia responder após julgamento do STF, que arbitraria uma pena e consideraria a perda da função. A exceção são os crimes de responsabilidade nos quais a apuração e julgamento cabem aos senadores.

 

Confira parte da lista de investigações envolvendo Bolsonaro:

-Divulgação de notícias falsas sobre a vacina contra covid-19;

-Vazamento de dados sigilosos sobre ataque ao TSE;

-Inquérito das fake news, sobre ataques e notícias falsas contra ministros do STF;

-Interferência na Polícia Federal.

-incitação ao crime

-falsificação de documento particular 

-abuso de poder econômico e político

-utilização indevida dos meios de comunicação social

Arquivadas, mas podem ser reabertas se surgirem novas provas):

-suspeita de ter causado epidemia com resultado morte por suspeita de propagar o vírus;

-charlatanismo por defender o uso de medicamentos sem eficácia;

-infração de medida sanitária preventiva ao promover aglomerações e não usar máscara;

-uso irregular de verbas públicas na compra de medicamentos ineficazes;

-prevaricação ao não determinar investigação de denúncias de corrupção na compra de vacinas.

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Taxa de desemprego entre mulheres foi 45,3% maior que entre homens

A taxa de desemprego entre as mulheres ficou em 7,7% no terceiro trimestre deste ano, acima da média (6,4%) e do índice observado entre os homens (5,3%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o IBGE, o índice de desemprego das mulheres foi 45,3% maior que o dos homens no terceiro trimestre do ano. O instituto destaca que a diferença já foi bem maior, chegando a 69,4% no primeiro trimestre de 2012. No início da pandemia (segundo trimestre de 2020), a diferença atingiu o menor patamar (27%).

No segundo trimestre deste ano, as taxas eram de 8,6% para as mulheres, 5,6% para os homens e 6,9% para a média. O rendimento dos homens (R$ 3.459) foi 28,3% superior ao das mulheres (R$ 2.697) no terceiro trimestre deste ano.

A taxa de desemprego entre pretos e pardos superou a dos brancos, de acordo com a pesquisa. A taxa para a população preta ficou em 7,6% e para a parda, 7,3%. Entre os brancos, o desemprego ficou em apenas 5%.

Na comparação com o trimestre anterior, houve queda nas três cores/raças, já que naquele período, as taxas eram de 8,5% para os pretos, 7,8% para os pardos e 5,5% para os brancos.

A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (10,8%) foi maior do que as dos demais níveis de instrução analisados. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 7,2%, mais do que o dobro da verificada para o nível superior completo (3,2%).

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