O revogaço de medidas da era Bolsonaro irritou o ex-presidente, especialmente de uma delas. A possibilidade de as pessoas saberem se ele se vacinou contra covid pode fazer Jair questionar a divulgação no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele teria feito a confidência em um grupo de partidários do PL ao final do dia de eventos que marcaram a posse de Lula ontem, domingo, 1º.
Ele considera que o documento de vacinação é pessoal, íntimo, o que o permitiria optar pelo sigilo. A decisão de manter longe do público o documento por 100 anos foi tomada em janeiro de 2021, logo no início da campanha de vacinação contra covid. A União recebeu prazo para explicar a situação, após pedido de instauração de uma ação parlamentar.
Se publicada, a “carteirinha” pode deixar de ser um mistério até o fim deste mês. É que a reavaliação do sigilo autorizada por Lula prevê 30 dias de prazo para listagem de sigilos imputados irregularmente. Nos bastidores, as pessoas dizem que Bolsonaro recebeu ao menos uma dose da vacina. Durante a pandemia, a população foi obrigada a apresentar o comprovante de vacinação para entrar em espaços públicos e no embarque e desembarque de viagens ao exterior.
O assunto veio à tona quando um jornalista da revista Época requisitou o dado por meio da Lei de Acesso à Informação e não foi atendido. A justificativa teria sido que se trata de “respeito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem” do presidente. O discurso negacionista do ex-presidente sobre a vacinação fez com que o Brasil atrasasse o início da campanha e ocasionou mais mortes em decorrência da covid.
Bolsonaro se manifestou publicamente afirmando que não se imunizaria. Ele foi infectado pelo coronavírus meses depois da determinação do sigilo por um século, em julho, e se curou. A informação foi divulgada por ele mesmo por meio de uma publicação em seu perfil pessoal no Twitter. Embora contrário à vacina, ele mostrou um uma live o cartão da mãe dele, que recebeu o imunizante.