Prestes a completar dois anos do início da vacinação contra covid, 1.037.639 mil goianos ainda não receberam nenhuma dose do imunizante. A segunda dose está em atraso para 745.677 pessoas no estado e a primeira dose de reforço deixou de ser aplicada em 2.389.414 goianos. Os números fazem parte do painel do Vacinômetro Covid, do Ministério da Saúde. Os motivos para as pessoas se recusarem são variados.
No caso das crianças, a maior parte dos pais teme reações adversas nos pequenos, receia ver o filho sofrendo com a picada da agulha e alguns afirmam terem sido orientados por profissionais de saúde a não adotar a imunização, segundo uma pesquisa preliminar feita pela SES-GO. Em 1º de dezembro do ano passado, todas as crianças em Goiás de 6 meses a menos de 3 anos passaram a ser vacinadas com a Pfizer Baby, independentemente de ter comorbidades ou não.
Para a empresária Silvia, de 48 anos, a recusa envolveu questões pessoais e médicas. Ela afirma que o cardiologista que a acompanha sugeriu que ela não se imunizasse contra covid. A avaliação dela sobre a descoberta de uma forma de prevenção injetável contra casos graves da doença não foi convincente, o que a mantém firme na posição de não ceder ao apelo das autoridades em saúde.
“Ela falou isso por eu ser uma pessoa de risco e por essa vacina ter causado muitos casos de trombose. Meu esposo, inclusive, tomou até a segunda dose e voltou a ter essa doença em uma das pernas. Foi o mesmo que dar um tiro no escuro para acertar. Não tenho confiança com essa vacina. Não vacinei nem vou me vacinar. Não tenho vontade nenhuma. A Aids e o câncer estão sendo estudados há anos e não tem vacina para isso”, diz.
Os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, por outro lado, desacreditam da eficácia das vacinas e acreditam em efeitos adversos, como mortes. Um levantamento realizado em agosto pelo Centro Estudos, Sociedade, Universidade e Ciência da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) apontou que os mais pobres, menos instruídos e negros confiam mais nas vacinas comparado aos mais ricos, brancos e bolsonaristas.
Confira a tabela de status de vacinação:
Goiás | Brasil | |
Nenhuma dose* | 871.852 | 21449115 |
1ª dose | 5.913.337 | 181.516.312 |
2ª dose | 5.167.660 | 164.003.869 |
Dose única | 165.787 | 5.034.573 |
1ª dose de reforço | 2.778.246 | 102.596.436 |
Fonte: Vacinômetro Covid, do Ministério da Saúde
*Valor corresponde à subtração do total da prévia da população no censo 2022 do IBGE em Goiás (6.950.976) e no Brasil ( 208 milhões) do número de vacinados com a primeira dose e dose única