Procon começa a analisar suspeita de preço abusivo de combustíveis 

combustíveis

A partir desta segunda-feira, 09, os analistas do Procon Goiás começam a averiguar documentos que podem apontar  irregularidades no aumento repentino de preços dos combustíveis em Goiânia. O reajuste sem motivação ocorreu na virada do ano. Uma das supostas razões apontadas é a confusão tributária causada pela iminência do fim da desoneração de impostos federais sobre o serviço. Oito entidades ligadas ao setor chegaram a ser notificadas pelo novo governo Lula.

O gerente de fiscalização do órgão estadual, Anísio Teixeira, explica que uma planilha foi montada com base nos valores registrados durante uma fiscalização na semana passada. O objetivo do trabalho é constatar suposta  margem de lucro excessiva e abusiva. “No momento estamos no campo da notificação. Foram notificadas mais de 15 distribuidoras e foram fiscalizadas as usinas para serem notificadas. Fazemos toda a cadeia: postos, distribuidoras e usinas. Não tem nada conclusivo ainda, pois estamos no campo da notificação”, detalhou.

As empresas flagradas cometendo essas infrações serão autuadas. O valor da multa depende varia, em caso de reincidência, mas depende do faturamento bruto anual, podendo ser de R$ 754 a R$ 11,3 milhões. O retorno da cobrança da PIS e Cofins sobre  gasolina, diesel e etanol representaria aumento de aproximadamente R$ 0,68 no litro da gasolina, de R$ 0,33 no diesel e de R$ 0,24 no etanol, segundo a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis). 

O governo federal eleito optou por manter a isenção por um mês enquanto avalia a decisão, apesar do rombo nas contas públicas. Mesmo após a decisão de prorrogação, o valor continuou subindo em diferentes regiões de Goiás. O argumento é de que a medida ainda não havia sido publicada no Diário Oficial, o que aconteceu posteriormente. A queda de preços no segundo semestre do ano passado coincidiram com a proximidade da campanha de Bolsonaro à presidência da República e foram consideradas eleitoreiras por especialistas.

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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