A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, se manifestou nas redes sociais sobre a invasão à sede do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF). Ela citou a sogra para expor a opinião e para sinalizar qual deve ser a postura do marido, o presidente Luís Inácio Lula da Silva.
“A democracia não vai se dobrar e o presidente Lula não vai baixar a cabeça. Era o que dona Lindu sempre dizia a ele e é o que o povo brasileiro espera dele neste momento: não baixe a cabeça nunca, Lula”
Janja afirmou que está no Planalto nesta segunda-feira, 09, “trabalhando para reconstruir o Brasil”. A primeira-dama acredita que “o mundo democrático sabe o que estava em curso e não vai aceitar retrocessos”. Durante o vandalismo, móveis foram destruídos, vidraças quebradas e parte do acervo nacional roubado ou danificados. Na semana passada, ela divulgou que a família Bolsonaro alterou cômodos e retirou e danificou obras de arte históricas. O Palácio da Alvorada estaria comprometido por infiltrações, rachaduras, poltronas rasgadas, sofás sujos, tapetes com buracos, móveis quebrados e vidros estilhaçados.
Logo no fim da tarde de ontem, Lula convocou uma entrevista coletiva de imprensa às pressas. Ele informou aos jornalistas que não aceitará esse tipo de manifestação e anunciou a intervenção federal na segurança do Distrito Federal. O petista classificou o episódio como uma barbárie, chamou os participante de “fascistas fanáticos” e “vândalos” e ainda prometeu que punirá todos.
“Eles vão perceber que a democracia garante direito de liberdade, de comunicação, mas exige respeito às instituições. Fizeram o que nunca foi feito na história desse País. A democracia já teve gente morta e desaparecida, mas nunca teve notícia de algum partido ou movimento da esquerda invadindo Congresso ou Planalto. Essa gente será punida. Vamos identificar os financiadores e todos pagarão com a força da lei por esse gesto de irresponsabilidade”, declarou Lula.
Luta
A sertaneja Eurídice Ferreira de Melo, conhecida como dona Lindu, saiu do interior do Recife em um caminhão pau de arara acompanhada por sete filhos, sendo um deles Lula. O destino era Santos, em São Paulo. Ela reencontrou o marido na cidade, mas anos depois o abandonou devido a agressões físicas.
Em diversas ocasiões, o presidente a mencionou lembrando que o maior legado que recebeu de sua mãe, “que nasceu como morreu, analfabeta, foi o caráter” e “tem que teimar”. Dona Lindu também era lembrada pela ex-nora, Marisa Letícia.
“Uma vez, logo após as eleições de 1998, eu estava em frangalhos depois de uma campanha muito cansativa que havia terminado com nossa terceira derrota, e Marisa veio me dar uma bronca. ‘Para com isso, Lula’, ela me disse. ‘Lembre-se da sua mãe. Tem que teimar!’ Marisa repetia uma frase de Dona Lindu. O que ela, Marisa, queria dizer, é que eu tinha de levantar a cabeça e seguir em frente. Dali a quatro anos voltaríamos mais fortes”, afirmou o presidente anos atrás.