Assessor do deputado Coronel Adailton participa de atos golpistas em Brasília

Assessor do deputado Coronel Adailton é exonerado após participar de atos

O servidor comissionado da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) foi um dos goianos envolvidos em atos antidemocráticos no último domingo, 08, em Brasília. Elias Francisco Bento atua na secretaria do gabinete do deputado estadual coronel Adailton (PRTB). De acordo com o site da Casa, ele recebe R$ 6.991,44 por mês de salário pelo cargo de assessor Nível VII. Ele foi admitido na Alego em 1º de fevereiro de 2021.

Pelo perfil pessoal no Instagram, ele publicou foto antes do embarque com destino à capital federal. O homem, conhecido como Elias Donana, também compartilhou vídeos com a legenda “A luta continua” Vamos vencer! Deus é a nossa força! Nunca podemos perder a esperança”, seguido de emojis de coração e da bandeira do Brasil.

Uma das gravações mostra o comissionado contratado por coronel Adailton caminhando pelo gramado da Esplanada dos Ministérios pouco antes do início da invasão dos prédios sede dos Três Poderes na Esplanada dos Ministérios.

“Congresso Nacional…Hoje nóis entra aí, com fé em Deus. Se for da Sua vontade, né, Senhor, claro. Não queremos fazer bagunça. Queremos só manifestar pacificamente. Se for preciso entrar, a gente entra. Tamo aqui pro tudo ou nada. Morrer se for preciso. Independência ou Morte!”, completa.

Nesta segunda-feira, 9, bolsonaristas apreendidos pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) durante atos de vandalismo no Congresso Nacional, STF e Palácio do Planalto prestaram depoimento e afirmaram que empresários do agronegócio financiaram os movimentos terroristas e as manifestações em Brasília. Cerca de 1,2 mil pessoas foram presas por estarem envolvidas por terem depredado os prédios públicos na Esplanada dos Ministérios no último domingo. 08.

Cerca de 951 goianos participaram dos atos antidemocráticos na capital federal, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). A reportagem do Diário do Estado (DE) entrou em contato com o gabinete do deputado por meio do email divulgado no site da Alego, mas não obtivemos retorno até a publicação desta edição.

Desdobramentos

A demora do governo do Distrito Federal em agir durante a invasão à sede dos três Poderes resultou na intervenção federal e na exoneração do secretário de segurança local Anderson Torres. A atuação da União foi oficializado por Lula em um discurso no início da noite de domingo. Mais cedo, o líder do governo no Congresso federal, Randolfe Rodrigues, e a presidente do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann, haviam feito o pedido na Procuradoria-geral da República (PGR) devido ao risco de mais conflitos. Na prática,  a segurança pública da capital federal passa temporariamente a ser responsabilidade da União.

Assista ao vídeo:

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp