A morte de um homem após ser submetido à colocação de facetas nos dentes teve causa natural. A informação consta em um laudo pericial da Polícia Científica. Havia suspeita de que o óbito tivesse relação com a conduta da dentista responsável pelo procedimento, Jamilly Flexa. À época, uma outra paciente da profissional levantou suspeitas de negligência e estelionato.
De acordo com o documento, o funcionário público Luiz Carlos das Dores, de 56 anos, teve um problema cardiovascular e infecção generalizada causada por bactéria. “Sem nexo de causalidade com o tratamento odontológico estético realizado em 12/05/2022″, atesta o laudo. A dissecação da aorta e um trombo venoso identificado na autópsia não tiveram relação com o procedimento.
Um procedimento administrativo foi aberto no Conselho Regional de Odontologia de Goiás (CRO-GO), além do inquérito policial. A defesa da dentista aguarda a conclusão de ambos “para tomar as providências cabíveis em face das pessoas que a denunciaram e colocaram em suas redes sociais a difamando e injuriando, bem como colocando laudos odontológicos do inquérito sem a devida precisão e veracidade.
O caso ganhou repercussão quando o marido de Luiz Carlos, o empresário Benedito Antônio Nascimento, denunciou a dentista à polícia supostamente por ter sido negligente na colocação de facetas. Jamilly chegou a denunciá-lo por difamação. Ela teria cobrado mais de R$ 40 mil por 24 facetas e não teria dado importância à doença óssea do homem, de acordo com o viúvo.
Mais denúncias
Em setembro do ano passado, um mês depois da morte de Luiz Carlos, a professora Marcela Negreiros abriu um processo contra a dentista. A mulher afirma que teria pago R$ 40 mil por uma mini cirurgia de gengivoplastia e enxerto ósseo que não apresentou os resultados satisfatórios. Além disso, o pós-operatório foi acompanhado por outro profissional porque Jamilly teria viajado para outro estado para assistir a um show.
Marcela denuncia ter pedido o dinheiro de volta, mas a dentista não cumpriu a promessa de devolução e ainda teria desaparecido. “Tive vários problemas de saúde, inclusive, psicológicos. Perdi todo o meu dinheiro, visto que passei R$ 40 mil para e tive que gastar mais outros R$ 15 mil para arrumar os procedimentos que eles fizeram, fora os gastos com advogado. Agora estou vivendo de favor na casa de um amigo. Essa mulher precisa ser presa, precisa ter a licença cassada”, desabafou a professora.