Cerrado perde 89% de área com desmatamento só em dezembro de 2022

Desmatamento no Cerrado destruiu quase 500 mil hectares no primeiro semestre de 2023

O desmatamento do Cerrado não teve trégua. O bioma perdeu 89% de cobertura somente em dezembro do ano passado. A estatística preocupante é do Instituto de Pesquisa Ambiental (Ipam) e faz comparação com o mesmo período de 2021. O estudo aponta que Maranhão lidera a destruição, enquanto Tocantins teve a maior redução da vegetação nativa.

De modo geral, o desmatamento do Cerrado alavancou 20%. O resultado foi obtido após monitoramento por satélite com inteligência artificial. Para conter a situação, o presidente Lula assinou um decreto restabelecendo o chamado Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm). O documento prevê a criação de um plano próprio para o Cerrado. O trabalho foi realizado com parceria da Universidade Federal de Goiás (UFG) e do MapBiomas.

Um estudo recente da Universidade revelou que Goiás perdeu uma área equivalente a Goiânia somente no ano passado. Em quatro anos (2019-2022), o desmatamento da vegetação passou a ser em áreas menores. A modalidade atrapalha a fiscalização e contenção pelas autoridades.

“Matopiba é a região com os últimos grandes remanescentes de Cerrado, mas também é a principal fronteira agrícola no bioma nos últimos anos, principalmente para soja. Essa é a região onde se deveriam focar esforços para combater e reduzir o desmatamento no bioma”, defende a pesquisadora do Ipam, Tarsila Cutrim Andrade.

A palavra Matopiba é um acrônimo para a porção da região de abrangência do bioma que tem as iniciais dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. O modelo de produção do agronegócio tem ameaçado o Cerrado, segundo maior bioma do Brasil. Especialistas acreditam que, se nada for feito, um terço do que restou pode ser extinto nas próximas três décadas. As mudanças climáticas intensificadas pela ação humana põem em risco a existência da flora e fauna nativas e, mais diretamente, os recursos naturais necessários para a sobrevivência das pessoas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Ex-marqueteiro de Milei é indiciado pela PF por tentativa de golpe

Fernando Cerimedo, um influenciador argentino e ex-estrategista do presidente argentino Javier Milei, é o único estrangeiro na lista de 37 pessoas indiciadas pela Polícia Federal (PF) por sua suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. Essas indecisões foram anunciadas na quinta-feira, 21 de novembro.

Cerimedo é aliado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e teria atuado no ‘Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral’, um dos grupos identificados pelas investigações. Além dele, outras 36 pessoas foram indiciadas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta seu terceiro indiciamento em 2024.

Em 2022, o influenciador foi uma das vozes nas redes sociais que espalhou notícias falsas informando que a votação havia sido fraudada e que, na verdade, Bolsonaro teria vencido Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas.

Além disso, ele também foi responsável por divulgar um ‘dossiê’ com um conjunto de informações falsas sobre eleições no país. Em vídeos, ele disse que algumas urnas fabricadas antes de 2020 teriam dois programas rodando juntos, indicando que elas poderiam ter falhas durante a contagem de votos.

Investigações

As investigações, que duraram quase dois anos, envolveram quebras de sigilos telemático, telefônico, bancário e fiscal, além de colaboração premiada, buscas e apreensões. A PF identificou vários núcleos dentro do grupo golpista, como o ‘Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado’, ‘Núcleo Jurídico’, ‘Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas’, ‘Núcleo de Inteligência Paralela’ e ‘Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas’.

Os indiciados responderão pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. A lista inclui 25 militares, entre eles os generais Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, todos ex-ministros de Jair Bolsonaro. O salário desses militares, que variam de R$ 10.027,26 a R$ 37.988,22, custa à União R$ 675 mil por mês, totalizando R$ 8,78 milhões por ano.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Isso vai fechar em 0 segundos