Exposição retrata Beirute após explosão não nuclear até dia 30

beirute

A Prefeitura de Goiânia, em parceria com o consulado do Líbano em Goiânia e a Embaixada do Líbano no Brasil, realizou, nesta sexta-feira, 20, a abertura da exposição “Beirute: o caminho dos olhares”, do fotógrafo libanês Dia Mrad. A mostra fotográfica retrata as perdas históricas e a situação devastadora da capital libanesa após a explosão que assolou a cidade em 2020.

A exposição está aberta ao público das 09h às 17h, no Centro Cultural Casa de Vidro Antônio Poteiro, na Avenida Jamel Cecílio, Jardim Goiás, e será exibida até o dia 30 de janeiro. O secretário de Governo, Michel Magul, destacou durante a solenidade de abertura que Goiânia e Goiás têm uma significativa parcela de descendentes de libaneses, e ocupa a terceira posição entre os locais do país que mais receberam imigrantes árabes desde a chegada do primeiro navio libanês ao Brasil, em 1.880.

“Por isso, é justo e necessário reconhecer nossas raízes, valorizar aqueles que emprestaram seus traços à nossa cultura e mostrar nossa solidariedade e o nosso pesar frente a esse episódio tão triste da história do Líbano”, disse Magul. “A exposição fortalece os laços entre o povo goianiense e libanês por meio do conhecimento, da sensibilidade, da arte”, completou.

Em 04 de agosto de 2020, uma grande quantidade de nitrato de amônio armazenada no porto de Beirute entrou em combustão, resultando na terceira maior explosão da história, a maior não nuclear. A explosão causou mais de 200 mortes, feriu 6.500 pessoas e deixou milhares desabrigadas.

As fotos de Dia Mrad mostram o dia seguinte após o episódio por meio de duas narrativas paralelas: a destruição dos edifícios históricos de Beirute – que faz parte da antiga civilização fenícia – e o marco zero da explosão, com foco nos silos de grãos que atuaram como escudo para a cidade.

A embaixadora do Líbano no Brasil, Carla Jazar, agradeceu o apoio da Prefeitura de Goiânia ao projeto e afirmou que trazer a mostra fotográfica a Goiânia é uma forma de compartilhar com as pessoas as dimensões da tragédia.

“A explosão destruiu o coração da nossa capital cultural, histórica e econômica. A exposição é uma forma de mostrar o que realmente aconteceu e conscientizar as pessoas sobre a magnitude do desastre que nos atingiu”, destacou Carla Jazar.

As fotos exibidas podem ser adquiridas pelos visitantes e parte da renda arrecadada com a venda é revertida para o financiamento de projetos de ajuda humanitária no Líbano.

Participaram da abertura da mostra fotográfica, dentre outras autoridades, o Consul Honorário do Líbano em Goiânia, Hanna Junior, o secretário estadual de Relações Internacionais do Governo de Goiás, Giordano de Souza, o presidente da Liga Cultural Gibran Kalil Gibran, Sassine Chehoud, o presidente da Sociedade Maronita, Pedro Sebba, e o presbítero da Igreja Ortodoxa de Antioquia em Goiânia, padre Rafael Magul.

 

 

 

 

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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