O ex-presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais para rebater acusações de descaso com indígenas. Ele se manifestou um dia após visita do presidente Lula a Roraima para acompanhar situação dos yanomami, que tem sofrido com a contaminação por mercúrio, desnutrição e fome decorrentes do avanço do garimpo ilegal na região. O ministro da Justiça Flávio Dino acredita que o cenário configura genocídio e crime ambiental por parte da gestão anterior.
“Contra mais uma farsa da esquerda a verdade! De 2020 a 2022, foram realizadas 20 ações de saúde que levaram atenção especializada para dentro dos territórios indígena. Os cuidados com a saúde indígena são uma das prioridades do Governo Federal“, publicou Bolsonaro em meio diversas outras intervenções que teria sido feitas aos povos originários desde a pandemia.
O recém-criado Ministério dos Povos Indígenas revelou que aproximadamente 570 crianças Yanomamis morreram de fome e por contaminação com mercúrio nos últimos quatro anos. Neste domingo, a morte de mais uma pessoa foi confirmada pela Urihi Associação Yanomami. A situação vem sendo denunciada desde 2021. O Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a exigir explicações governo federal à época e o Ministério Público Federal solicitou um plano estratégico por parte do Ministério da Saúde (MS).
Em meio à comitiva com integrantes da atual gestão, Lula prometeu levar transporte e atendimento médico aos Yanomami e ainda extinguir o garimpo ilegal do território indígena.”É desumano o que eu vi aqui”, declarou. O petista afirmou que melhorará o transporte para o grupo à assistência em saúde e ainda destacou que instalará um serviço de plantão médico. O MS decretou emergência em saúde pública devido ao cenário crítico.
Há dois anos, os caciques Raoni Metuktire e Almir Suruí denunciaou Bolsonaro na corte internacional, o Tribunal de Haia, por crimes contra a humanidade. Ele acusa o político de assassinato, transferência forçada e perseguição contra povos indígenas