Apesar de tímido, comércio reage em 2022; veículos ficam na lanterna 

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O brasileiro sentiu levemente a reação da economia em 2022. O crescimento morno foi liderado pelo comércio, apesar do cenário desfavorável dentro e fora do Brasil. A retomada da normalidade na rotina das famílias após dois anos de pandemia é uma das explicações. As vendas do varejo físico brasileiro fecharam no ano passado, o que representa uma alta de 0,9%, segundo o Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian

 

“A evolução expansiva da inflação e da taxa Selic ao decorrer do ano impactou quase todos os segmentos do varejo, bem como o poder de compra dos consumidores. Isso acarretou a diminuição do fluxo de caixa das empresas e, dessa forma, os lucros finais dos empreendedores”, afirma o  economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.

 

Para os segmentos de móveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e informática (3,7%), Tecidos, Vestuários, Calçados e Acessórios (11%) os resultados foram bons. Por outro lado, veículos Motos e Peças(-1,8%), combustíveis e lubrificantes (-1,4%), materiais de construção (-1,2%), supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas (-0,8%) tiveram queda. Eles são justamente aqueles que ficaram mais caros.

 

“Tivemos aumento da taxa de juros no ano passado. Isso esfriou o comércio de veículos como um todo. Além do reflexo em alguns modelos, houve aumento de preços, em geral. A taxa de juros é o principal indicador para  avaliar o crescimento do setor de veículos. Se é elevado, o dinheiro fica mais caro, o financiamento fica mais caro e esfria a indústria de  veículo”, explica o economista Luiz Carlos Ongaratto.

 

De acordo com o especialista, as demais áreas foram impulsionadas pela retomada econômica. O terceiro ano seguido de pandemia foi marcado pelo consumo de itens que tinham sido excluídos da lista de prioridades das famílias, como calçados e vestuário. O retorno às atividades desencadeou procura por serviços, eventos e eletroeletrônicos nos patamares de pré-pandemia. Ongaratto lembra que a injeção de recursos de transferência de renda ajudaram a aquecer a economia em todo esse período.

 

“É mais dinheiro na economia e tem efeito positivo, principalmente nas cidades que têm percentual maior de pessoas atendidas e dinâmica econômica mais prejudicada. É uma estratégia interessante para uma retomada de consumo, de crescimento. Em 2022 houve crescimento  por causa desse tipo de programa.  Se observarmos o efeito do auxílio emergencial de apoio durante a pandemia, nós notamos uma queda menor na economia por isso. Eles fomenta muito o consumo geral”, pontua o economista.

 

Variação mensal

 

A comparação mensal, entre dezembro e novembro de 2022, revelou que as vendas do varejo físico cresceram 1,0%. Nessa visão mês a mês, o setor de Materiais de Construção teve a alta mais expressiva, de 2,4%, seguido pelo de Móveis, Eletrodomésticos, Eletroeletrônicos e Informática, com 2,1%. A abaixa mais acentuada ficou para a área de Combustíveis e Lubrificantes, que caiu 1,1%. Para conferir mais informações e a série histórica do indicador, clique aqui.

 

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Ex-marqueteiro de Milei é indiciado pela PF por tentativa de golpe

Fernando Cerimedo, um influenciador argentino e ex-estrategista do presidente argentino Javier Milei, é o único estrangeiro na lista de 37 pessoas indiciadas pela Polícia Federal (PF) por sua suposta participação em uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. Essas indecisões foram anunciadas na quinta-feira, 21 de novembro.

Cerimedo é aliado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e teria atuado no ‘Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral’, um dos grupos identificados pelas investigações. Além dele, outras 36 pessoas foram indiciadas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta seu terceiro indiciamento em 2024.

Em 2022, o influenciador foi uma das vozes nas redes sociais que espalhou notícias falsas informando que a votação havia sido fraudada e que, na verdade, Bolsonaro teria vencido Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas.

Além disso, ele também foi responsável por divulgar um ‘dossiê’ com um conjunto de informações falsas sobre eleições no país. Em vídeos, ele disse que algumas urnas fabricadas antes de 2020 teriam dois programas rodando juntos, indicando que elas poderiam ter falhas durante a contagem de votos.

Investigações

As investigações, que duraram quase dois anos, envolveram quebras de sigilos telemático, telefônico, bancário e fiscal, além de colaboração premiada, buscas e apreensões. A PF identificou vários núcleos dentro do grupo golpista, como o ‘Núcleo Responsável por Incitar Militares a Aderirem ao Golpe de Estado’, ‘Núcleo Jurídico’, ‘Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas’, ‘Núcleo de Inteligência Paralela’ e ‘Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas’.

Os indiciados responderão pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. A lista inclui 25 militares, entre eles os generais Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, todos ex-ministros de Jair Bolsonaro. O salário desses militares, que variam de R$ 10.027,26 a R$ 37.988,22, custa à União R$ 675 mil por mês, totalizando R$ 8,78 milhões por ano.

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