MP-GO vai priorizar reestruturação dos presídios

Apreciação da proposta do PGA pelo Colégio ocorreu em sessão extraordinária

A reestruturação do sistema penitenciário será o tema prioritário de atuação do Ministério Público de Goiás para 2018-2019. A definição da bandeira institucional para o próximo biênio foi feita pelo Colégio de Procuradores de Justiça, da proposta de Plano Geral de Atuação (PGA), encaminhada pela Procuradoria-Geral de Justiça após ampla consulta e votação pelos membros do MP-GO nos 17 encontros regionais do projeto PGJ Presente e de construção do PGA, realizados ao longo de seis meses.

A apreciação da proposta do PGA encaminhada pelo procurador-geral de Justiça, Benedito Torres Neto, ocorreu em sessão extraordinária do Colégio de Procuradores. Conforme a tabulação feita pela equipe do Gabinete de Planejamento e Gestão Estratégica (GGI), o tema Execução Penal: Reestruturação do Sistema Penitenciário alcançou 89 votos, o que representou 35,04% dos votantes.

Em seu relatório, o procurador Marcos de Abreu e Silva argumentou que o tema escolhido pelos promotores e procuradores de Justiça é mais do que relevante para a sociedade goiana, sendo, na verdade, uma questão emergencial. “O sistema prisional em Goiás nunca esteve tão ameaçado e fragilizado! Cabe, portanto, ao Ministério Público agir com energia e intensidade para conter o avanço da influência dessas organizações criminosas no sistema prisional e fora dele”, sustentou.

Na avaliação do relator, há um clamor social em relação ao tema, o que pode ser constatado pelo fato de que o assunto foi extraído, como sugestão, a partir das reclamações levadas pela sociedade ao MP. Na exposição de motivos da proposta do PGA, é destacado, inclusive, que, nos votos dos membros da instituição para prioridade de atuação, predominou a preocupação com a questão da segurança pública e o crescimento da criminalidade. Isso porque, dos temas mais votados, os quatro primeiros estão relacionados a essa área: além da reestruturação do sistema penitenciário, tiveram a preferência, pela ordem, o combate à corrupção, à lavagem de dinheiro e ao crime organizado, com 12,6%, que é um assunto da área criminal; a melhoria da segurança pública pela reestruturação das polícias, com 9,45%, e a implementação da regionalização das unidades de internação de adolescentes em conflito com a lei, que registrou 8,66% dos votos e é um tema que perpassa pela segurança pública.

A partir da definição da prioridade do PGA, o MP-GO vai se mobilizar, já no início de 2018, para a construção de projetos e ações visando à execução desse tema. A intenção é definir propostas que possam alcançar e movimentar toda a instituição, em diferentes áreas, mesmo as que não estejam diretamente relacionadas à questão prisional. E também estabelecer metas e indicadores que possam ser mensurados e monitorados, de forma a permitir que se demonstre os impactos para a sociedade da atuação do MP.

Coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal do MP e defensor desse tema, Luciano Miranda Meireles pontua que o MP-GO está atento ao crescimento da presença de facções criminosas em presídios e à falta de estruturação das unidades prisionais. “Diante desta realidade, os membros da instituição entenderam por bem em focar e nortear a atuação em busca de soluções para essa demanda”, ponderou.

Conforme lembrou, já como resultado da articulação do MP nessa área, há a perspectiva da aprovação, nos próximos dias, pela Assembleia Legislativa, de um projeto de lei encaminhado pelo governo estadual a partir de sugestão da instituição e que prevê a regulamentação efetiva do sistema prisional em Goiás. Como pontos centrais desse projeto, destaca o coordenador do CAO, estão a gestão das vagas nos presídios pelo Executivo, a regionalização do sistema e o fomento ao modelo das Associações de Proteção e Assistência aos Condenados (Apacs) como instrumento de humanização e enfrentamento da reincidência. Caso aprovada a proposta, esses tópicos deverão ser incluídos na construção dos projetos e ações do PGA 2018-2019. (Fonte: MP-GO)

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Anvisa atualiza regras sobre implantes hormonais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta sexta-feira (22) no Diário Oficial da Uniãoresolução que atualiza as regras sobre o uso de implantes hormonais, popularmente conhecidos como chips da beleza. O dispositivo, segundo definição da própria agência, mistura diversos hormônios – inclusive substâncias que não possuem avaliação de segurança para esse formato de uso.

A nova resolução mantém a proibição de manipulação, comercialização e uso de implantes hormonais com esteroides anabolizantes ou hormônios androgênicos para fins estéticos, ganho de massa muscular ou melhora no desempenho esportivo. O texto também proíbe a propaganda de todos os implantes hormonais manipulados ao público em geral.

“Uma novidade significativa dessa norma é a corresponsabilidade atribuída às farmácias de manipulação, que agora podem ser responsabilizadas em casos de má prescrição ou uso inadequado indicado por profissionais de saúde. Essa medida amplia a fiscalização e promove maior segurança para os pacientes, exigindo mais responsabilidade de todos os envolvidos no processo”, disse em nota Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbenm).

“É importante destacar que essa nova resolução não significa aprovação do uso de implantes hormonais nem garante sua segurança. Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança”, destacou a nota.

Entenda

Em outubro, outra resolução da Anvisa havia suspendido, de forma generalizada, a manipulação, a comercialização, a propaganda e o uso de implantes hormonais. À época, a agência classificou a medida como preventiva e detalhou que a decisão foi motivada por denúncias de entidades médicas como a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) que apontavam aumento no atendimento de pacientes com problemas.

Na avaliação da Sbem, a nova resolução atende à necessidade de ajustes regulatórios em relação a publicação anterior. A entidade também avalia a decisão de proibir a propaganda desse tipo de dispositivo como importante “para combater a desinformação e proliferação de pseudoespecialistas, sem o conhecimento médico adequado, comuns nas redes sociais”.

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