As ligações de água clandestinas totalizaram 5.398 mil registros em Goiânia nos últimos três anos. Em Goiás, os famosos “gatos” chegaram a 39.584 domicílios atendidos pela Companhia Saneamento de Goiás (Saneago) entre 2019 e 2022. A maior parte das irregularidades ocorre na região do entorno do Distrito Federal, de acordo com a empresa. A prática aparentemente inofensiva pode desencadear problemas de saúde e ainda pesar no bolso do contribuinte que não comete o furto.
O “gato” é feito sem condições de higiene adequadas durante o manuseio da tubulação, o que aumenta as chances de contaminação de toda a rede de água e ocorrência de doenças. Além disso, a falta de conhecimento técnico eleva as chances de vazamentos e desabastecimento na região devido à redução da pressão até a caixa d’água. O consumo de água sem o pagamento por meio das ligações clandestinas ou fraudes na medição são previstas como criminosas pelo Código Penal e têm pena de reclusão de um a quatro anos e multa. Administrativamente, a multa é de R$ 89,43.
A aplicação da cobrança depende de coleta de evidências para a constatação de irregularidades. O cliente é notificado pelo “jeitinho” e a irregularidade é cadastrada no sistema para cobrança da penalidade pecuniária, que pode incluir mais duas vezes o valor da tarifa estimada do imóvel. Estes valores são definidos pela Agência Goiana de Regulação (AGR). Os casos podem ser denunciados por meio do whatsapp (62) 3269.9115 ou através da ouvidoria pelo telefone 0800 645 0117, de segunda à sexta, das 7h às 19h, exceto feriados.
Por outro lado, as perdas de água durante a distribuição feita pela empresa estão em níveis bem abaixo de várias médias, independente do parâmetro. A média nacional é de 40% e a da empresa fica em 27%, sendo a única companhia brasileira com índice abaixo de 30%. Em Goiânia, o índice alcançou 18%,considerado o menor entre as capitais brasileiras. Segundo informações da Saneado, a taxa fica abaixo até mesmo comparando com outras grandes cidades do mundo, a exemplo de Montreal, no Canadá, (40%), Roma, na Itália (37%) e Londres, na Inglaterra (28%).
As perdas na distribuição correspondem ao volume de água disponibilizado, mas não contabilizado como volume utilizado pelos consumidores. O resultado está relacionado à contenção de vazamentos, controle de pressão nas redes, combate aos “gatos” e programas de monitoramento de perdas.