Bolsonaro pode mudar visto e não voltar ao Brasil; prazo expira nesta segunda, 30

O ex-presidente Jair Bolsonaro ainda não tem data de retorno ao Brasil e pode nunca mais voltar ao País. O filho dele, o senador Flávio Bolsonaro, declarou em entrevista que a possibilidade está sendo avaliada pelo político. Nos Estados Unidos desde 30 de dezembro do ano passado, há suspeita que a entrada dele tenha sido permitida por apenas um mês, caso o tipo do visto seja diplomático. Nesse caso, o último dia para atualizar a situação seria nesta segunda-feira, 30

 

“Não tem previsão, ele que sabe. Pode ser amanhã, pode ser daqui a seis meses, pode não voltar nunca, não sei. Ele está desopilando. Você nunca tirou férias, não?”, afirmou.

 

As opções para permanência após a extinção do visto seriam fazer conversão para os de turista, de negócios ou de estudante, que têm validade limitada, ou a ilegalidade, o que acarretaria a possibilidade de ser deportado. A primeira alternativa não depende de um retorno temporário ao País e pode ser negado, ou seja, ele teria de sair dos Estados Unidos. A segunda está vinculada ao trâmite legal norte-americano e relativamente demorado e o político ainda poderia solicitar e ter analisado um possível asilo político.

 

Na semana passada, a ex-primeira-dama desembarcou em Brasília sozinha. A vinda do marido está sendo cogitada desde novas complicações de saúde constatadas durante uma consulta de emergência em um hospital de Orlando no início deste mês. O próprio médico dele, Antônio Luiz Macedo, descartou a necessidade de uma nova cirurgia. O quadro seria semelhante a julho de 2022, quando Bolsonaro ficou internado devido a uma obstrução intestinal.

 

A vinda dele ao Brasil estaria sendo retardada por causa dos desdobramentos das apurações dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Ele foi incluído na investigação aberta pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para identificar financiadores do movimento golpista e há risco de ser preso. Apoiadores do ex-presidente invadiram e destruíram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, por não aceitarem o resultado das eleições, que oficializaram Lula como o mais votado para ocupar a chefia do Executivo federal. 

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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