Geração canguru: os problemas de jovens que demoram a sair de casa

Geração canguru: por que jovens demoram cada vez mais a sair de casa?

Você já ouviu falar em geração canguru? O termo pode parecer estranho, mas sua explicação é simples: jovens entre 25 e 34 anos de idade que ainda moram na casa dos pais. Por que isso vem acontecendo cada vez mais e quais os problemas que pode causar?

Características da geração canguru

Estudos feitos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que um a cada quatro indivíduos de 25 a 34 anos ainda moram com os pais. Especialistas apontam que isso é uma realidade diferente de alguns anos atrás. Antes, os jovens tinham mais necessidade de entrar no mercado de trabalho para ajudar no sustento das famílias.

Segundo a psicóloga Vanessa Vilela, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, a geração canguru demora mais a sair de casa por diversos motivos. Entre eles, destacam-se as questões financeiras, sobretudo entre jovens de classe média.

“Os jovens acabam saindo de casa mais tarde, por passarem mais anos se dedicando aos estudos, por optarem por casamentos mais tardios e, claro, por fatores emocionais, econômicos e pelo custo alto de vida nas grandes cidades. Tudo isso acaba alongando o tempo que moram com os pais ou familiares”, explica Vanessa.

Olhando isoladamente, a geração canguru parece apenas uma característica que vem se desenvolvendo nos últimos anos. No entanto, pode ser prejudicial. “Essa situação pode gerar problemas, porque a pessoa não assume o controle e a direção da própria vida, não assumindo as responsabilidades também”, pondera a psicóloga.

De acordo com a profissional, a adolescência é uma fase, um período de transição entre a infância e a idade adulta. Por isso, é um período muito importante no qual a pessoa forma uma identidade própria. Contudo, vários jovens estão ficando com medo das responsabilidades que a vida adulta carrega.

“Todos nós trazemos uma criança e um adolescente dentro do adulto. Quanto mais cedo olhamos para isso com acolhimento, atenção e carinho, mais temos a possibilidade de curar traumas e feridas que ficaram para trás e acabam nos atrapalhando a crescer”, conclui Vanessa.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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