Em Goiás, 22 motoristas se recusaram a fazer o teste de bafômetro por dia em 2022

Os casos envolvendo motoristas que se recusaram a fazer o teste de bafômetro aumentaram 15,3%, em Goiás, durante o ano de 2022. Segundo o Departamento Estadual de Trânsito de Goiânia (Detran), por dia, foram registradas 22 ocorrências desta natureza, totalizando 684 por mês e 8.327 em todo o ano. 

Apenas a capital foi responsável por 55,9% (4.659) das ocorrências registradas em todo o estado em 2022. O número de ocorrências em Goiânia, porém, foi ainda maior em 2021. Ao todo, foram 7.221 recusas, sendo 4.207 (58,2%) ocorrências em Goiânia.

A tendência é que os números sigam em alta em 2023. Isso porque, em apenas 31 dias (de janeiro), o Detran contabilizou 445 motoristas que se negaram a soprar o aparelho em todo estado. Para o tenente-coronel Antônio de Freitas Júnior, comandante do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (PM), o álcool e o volante são duas coisas que devem ‘andar’ separadas.

“Dirigir sob o efeito de álcool aumenta significativamente as chances de se envolver em um acidente de trânsito. Os danos ocasionados podem escalar de prejuízos materiais, lesões físicas ou até a morte. Tal conduta, coloca em risco, não só a vida do condutor, mas também de diversas outras pessoas, como usuários da via pública”, explicou.

Reflexos são alterados 

Ainda de acordo com o militar, o álcool afeta diretamente o corpo do condutor, fazendo com que ele fique vulnerável devido a perda de alguns sentidos, como: reflexos, coordenação e redução da força muscular e da capacidade de tomar decisões racionais ou de discernimento. 

“Entre os principais comportamentos nocivos provocados pela ingestão de bebidas alcoólicas está o excesso de velocidade, manobras arriscadas, avaliação incorreta de distâncias, erros visuais, com desvios de direção, erros por reações fora de tempo, atrasadas e perda do controle da situação”, explicou.

Crimes

Antônio diz que dirigir embriagado pode resultar em pelo menos três crimes, sendo embriaguez ao volante, lesão corporal e homicídio culposo, caso o condutor provoque algum acidente com vítimas fatais. O aumento de pessoas alcoolizadas no trânsito, conforme o militar, pode estar relacionado a facilidade em conseguir comprar bebidas. 

Caso o motorista seja enquadrado em algum destes crimes, ele poderá ser preso, além de pagar uma multa de R$ 2.934,70. A Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do motorista também será suspensa.

“Se o condutor resolver ingerir bebida alcoólica, existem opções diversas para não conduzir o seu veículo, como solicitar apoio de parentes ou amigos que não ingeriram bebida alcoólica, solicitar um táxi ou qualquer outro app de transporte remunerado de pessoas regular”, concluiu.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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