Cientistas americanos tentam “ressuscitar” o Dodô, um pássaro que foi extinto no século XVII por conta da ação predatória dos seres humanos. O animal é parente direto dos numerosos pombos modernos. Uma empresa de engenharia genética sediada na cidade de Dallas, no Texas, Estados Unidos, chamada Colossal Biosciences, é quem está por trás dessa “desextinção”. Este projeto tem como base usar amostras de DNA de animais extintos para realizar uma espécie de “ressurreição biológica”.
O principal paleo geneticista e membro do conselho científico da Colossal, em anúncio no site da startup, afirmou que o Dodô é um excelente exemplo de uma espécie, que se extinguiu por conta da ação humana, que tornou impossível a sobrevivência deles no habitat nativo.
Shapiro liderou um grupo, que anunciou em março de 2022, que havia sequenciado o genoma do Dodô. “Estou emocionada em colaborar com a Colossal e o povo de Maurício na desextinção do Dodô”, disse.
A Colossal, que tenta trazer de volta outras espécies extintas (com genoma de espécies como mamute lanoso e o tigre da Tasmânia), conseguiu amostras de restos mortais de um Dodô, classificadas como de “alta qualidade” para análise e replicação de DNA. No entanto, a ressuscitação está apenas nos primeiros passos e a viabilidade ainda não está comprovada pelas equipes de biotecnologia e engenharia genética.
Alvo fácil
De acordo com o site Britannica.com, o último Dodô foi morto em 1681. A literatura científica aponta que esta foi a data da extinção da espécie, restando apenas esqueletos retirados do arquipélago e distribuídos entre acervos de laboratórios e museus espalhados pela Europa e Estados Unidos, além das ilhas Maurício.
O animal foi descoberto pelos marinheiros portugueses nas ilhas Maurício, que fica na costa Leste da África, no Oceano Índico, há mais de cinco séculos.
As aves eram maiores que os perus, e foram mortas para alimentação de seres humanos. O Dodô é da família Raphidae, e apesar de ser parente direto de pombos, eles tinham características únicas da espécie, que pesava cerca de 23 kg e não podia voar, por conta de asas desproporcionais ao impulso e planagem.
A constituição física do animal não permitia longas jornadas de deslocamento, os Dodôs se concentraram nas ilhas Maurício, local de colonização holandesa que fez com que milhares de navegadores aproveitassem a parada de navios para se alimentarem do pássaro local, descrito como saboroso e que se tornou item da culinária local. Além dos seres humanos, outras espécies também contribuíram para a morte em massa de espécimes adultos. Eles também atacaram os filhotes e comiam ovos de Dodô nos ninhos.
Os registros históricos dão conta que após a adaptação humana nas ilhas foi fatal para os Dodôs, que desapareceram menos de 100 anos depois.