Policiais militares são presos por participarem de atos golpistas em Brasília

Policiais militares são presos por participarem de atos golpistas em Brasília

A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta terça-feira, 7, quatro policiais militares suspeitos de colaborar e se omitir no enfrentamento aos atos golpistas do dia 8 de janeiro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. As prisões fazem parte da 5ª fase da Operação Lesa Pátria. Os presos são:

  • Coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, então chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do DF;
  • Capitão Josiel Pereira César, ajudante de ordens do comando-geral da Polícia Militar;
  • Major Flávio Silvestre de Alencar, envolvido na ação que “liberou” o acesso dos vândalos ao prédio do Supremo Tribunal Federal;
  • Tenente Rafael Pereira Martins.

A polícia cumpre três mandados de prisão preventiva e um de prisão temporária, além de seis de busca e apreensão. A Corregedoria da Polícia Militar do Distrito Federal acompanha a ação. 

Policiais presos

O ex-comandante da PM, coronel Jorge, foi exonerado pelo ex-interventor federal Ricardo Cappelli, no dia 10 de janeiro, poucos dias após os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília. Já o capitão Josiel Pereira César, atualmente, atua como ajudante de ordens do comando-geral da Polícia Militar, Klepter Rosa Gonçalves.

Major Flávio, por outro lado, foi um dos militares flagrado, por uma câmera de segurança, em um carro da PMDF escoltando outras viaturas para longe da grade de contenção que impedia os bolsonaristas de avançar até o prédio do STF.

Operação Lesa Pátria

Esta é a quinta fase da operação, que busca prender envolvidos nos atos golpistas do dia 8 de janeiro, ocasião em que terroristas bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes, em Brasília.

A suspeita de omissão e conivência das polícias locais no dia das ações golpistas levou à destituição e à prisão de integrantes da cúpula da segurança pública do DF, incluindo o então secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, e o então comandante da PM, Fábio Augusto Vieira.

Até o último dia 6 de fevereiro, foram cumpridos 16 mandados de prisão e 31 mandados de busca e apreensão nas fases anteriores da operação Lesa Pátria, que se tornou permanente.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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