O vereador de São Miguel do Araguaia, o ex-prefeito de Teresina de Goiás e mais duas pessoas foram presas suspeitas de receber até R$ 5 mil de pacientes para serem inseridos e furar a fila de cirurgias, principalmente plásticas, na rede pública do estado. Procedimentos que não eram considerados urgentes e que demoraria até dois anos foram autorizados e feitos em poucos meses.
O delegado responsável pela investigação do caso, Danilo Victor Nunes, relatou que os políticos investigados atuavam como intermediadores no esquema. “Geralmente o paciente pagava para eles e aí essa pessoa providenciava, junto a um operador do sistema, para que inserisse as pessoas”, explicou.
Segundo a polícia alguns dos suspeitos não eram servidores do sistema de regulação médica e tinham acesso ao sistema, uma delas possuía 15 perfis e inseriu 1.902 pessoas na fila. Essas fraudes aconteciam pelo menos desde 2020 e de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, mais de 15 mil pessoas aguardavam na para serem atendidos.
Além das prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão e afastamento de funções públicas nas cidades de Goiânia, Goianira, Anápolis, Damolândia, São Miguel do Araguaia e Teresina de Goiás. Os servidores afastados são pessoas do Complexo Regulador Estadual ou exerciam funções públicas nas unidades de saúde dos municípios.
De acordo com a polícia, as irregularidades aconteciam principalmente para cirurgias plásticas, como abdominoplastia e mamoplastia. No entanto, outras cirurgias eletivas, consultas médicas, exames e internações também eram fraudadas.
“Na maioria eram procedimentos estéticos por meio de uma justificativa médica falsa. Por exemplo, uma pessoa que quer fazer uma mamoplastia conseguia que o operador do sistema alterasse essa justificativa, fraudasse isso, e inserisse com um fundamento plausível para a cirurgia, sendo que a pessoa não sofreu nenhum tipo de câncer ou doença”, disse.
Os nomes dos suspeitos presos ainda não foram divulgados e até o momento a Prefeitura de Teresina de Goiás e a Câmara Municipal de São Miguel do Araguaia não se pronunciaram sobre o caso. Os investigados respondem por corrupção passiva, inserção de dados falsos em sistema de informação e associação criminosa