Mutirão da Fubog procura diminuir fila de cirurgias de glaucoma

A Fundação Banco de Olhos de Goiás (Fubog) lançou ontem, no Hospital da Fundação, em Goiânia (GO), o mutirão de cirurgias para o tratamento de glaucoma. O objetivo é reduzir a fila de espera no estado, que hoje conta com 1,700 pessoas cadastradas. As cirurgias serão realizadas de 15 a 19 de janeiro, também no Hospital da Fundação Banco de Olhos, por mais de 30 profissionais da área de oftalmologia.

O atendimento para esses pacientes terminaria apenas em dezembro de 2019 e, conforme salienta o presidente da Fubog Zander Campos da Silva, o objetivo é reduzir em um ano a fila. “Esse é o mês internacional do glaucoma, então nosso objetivo nesse mutirão é examinar 700 dos pacientes cadastrados. Os pacientes que seriam atendidos a partir de janeiro do ano que vem, serão atendidos agora”, explica o presidente. O objetivo é que em maio desse ano a fila seja reduzir para mil pacientes.

São 69 médicos atendendo por 24 horas por dia na fundação, ainda segundo Zander, sendo que oito ficam responsáveis pelo atendimento no mutirão de cirurgias para o glaucoma e mais 12 funcionários do hospital fecham a equipe ajudando no agendamento das operações. Os pacientes que podem participar do mutirão são encaminhados do Sistema Único de Saúde (SUS) e conveniados de hospitais particulares e do Ipasgo.

O glaucoma é causado pela alteração na pressão ocular decorrente de lesão no nervo óptico. Em sua forma crônica, o paciente perde a visão periférica. Porém, na forma aguda, pode deixar a pessoa completamente cega. É a segunda maior causa de cegueira no mundo e é um dos distúrbios mais traiçoeiros da oftalmologia por afetar a visão lentamente e raramente apresentar sintomas.

O glaucoma afeta 60 milhões de pessoas em todo o mundo, e no Brasil são cerca de sete milhões e meio acima dos 40 anos que são portadores da doença, enquanto Goiás tem por volta de 200 mil portadores e em Goiânia são 45 mil. A doença não tem cura, mas existem tratamentos eficazes. E a detecção precoce significa que os médicos podem iniciar tratamentos antes que a perda de visão comece.

“Deve se fazer muito exercício para reduzir a pressão do globo ocular e ir pelo menos uma vez ao ano no oftalmologista para prevenir essa doença silenciosa, que começa a agir no fundo do olho e não atrapalha nada a visão, e quando começa a chegar na parte frontal do olho, a pessoa começa a perder a visão. Se a pessoa, por exemplo, perde 10% da visão ao descobrir que se tem glaucoma e quando for fazer o tratamento disso, não recupera mais essa porcentagem”, finaliza Zander.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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